Estou no Rio de Janeiro, e
aqui consigo compreender porque o Brasil tem tantas dificuldades políticas.
Os repórteres denunciam os
altos salários de servidores públicos, reclamam da falta de seriedade dos
políticos, como se estes pertencessem ou fossem eleitos por outros sujeitos
políticos que os próprios cidadãos brasileiros.
Mas vamos aos fatos. Estou
em um hotel a 1,1 Km do aeroporto Santos Dumont. A localização do hotel foi por
mim escolhida por ser no Centro e próximo das reuniões que deverei ter nos próximos
dois dias. Ao sair do desembarque, para não sofrer surpresas, vou a uma tenda
de motoristas de taxis. Lá na tabela está escrito que uma corrida pré-paga para
o centro do Rio de Janeiro custa R$ 23,00 (vinte e três reais). Caro para um
percurso de apenas 1,1 Km.
O motorista parecia estar
fazendo um favor em transportar-me ao hotel, de poucos amigos, indiferente à
atenção que tentei prestar-lhe.
A surpresa é que, por ser o
hotel na Rua da Glória, o custo não era de R$ 23,00, mas de R$ 30,00 (trinta
reais) porque era na Glória.
Não havia como discutir.
Então, se nós brasileiros, todos, e não posso me excluir, procedo da forma como
estas empresas no Rio de Janeiro, explorando ao máximo a pessoa que vem ao Rio,
tratando o passageiro como nos tratou, e nos achando estúpidos a ponto de pagar
por 1,1 Km. R$ 30,00, não é de admirar o comportamento de nossos políticos.
Eles são a expressão
acabada do comportamento do cidadão médio. Eles são eleitos por este povo que
ludibria o turista, que ludibria aquele que vem trabalhar na sua cidade.
Em São Paulo para uma
reunião há um mês atrás, fui próximo ao Shopping Iguatemi, na ida paguei R$
23,00, na volta R$ 32,00. E vocês acham que será possível revoltar-se ou que há
qualquer instância pública de proteção do consumidor. Nestas quantias pague e
se dê por satisfeito de chegar no destino.
Vamos ser sinceros.
Enquanto nós não nos comportarmos com dignidade, enquanto o serviço de Taxi for
uma sinecura, enquanto o turista for tratado como um sujeito a ser espoliado de
seu dinheiro, vamos parar de achar horroroso o mensalão.
Quem elegeu José Dirceu,
Demóstenes Torres, Jáder Barbalho, José Sarney, foi o tão idolatrado povo, que
se comporta tão e igualmente de forma indigna quanto os seus representantes.
Como será possível mudar
isso!?
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