No dia de hoje, já com o placar de 6 votos a 2, a
maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal votou pela condenação do
deputado federal João Paulo Cunha, do Partido dos Trabalhadores, PT, pelo crime
de corrupção passiva relacionado ao Mensalão.
O deputado federal petista é hoje candidato a
prefeito de Osasco, na grande São Paulo, e é acusado de receber R$ 50 mil para
beneficiar agência do empresário Marcos Valério em contrato com a Câmara, em
apenas uma comprovação de sua atuação no processo.
O STF resgatou um pouco sua credibilidade com o
voto que definiu a maioria pela condenação que foi proferido pelo ministro Gilmar
Ferreira Mendes, o oitavo a votar sobre o caso no julgamento do mensalão.
Os ministros que votaram pela condenação de acordo
com as provas do processo foram Cezar Peluso, Cármen Lúcia, Luiz Fux, Rosa
Weber, além do relator, Joaquim Barbosa. O ministro Dias Toffoli, que não
poderia ter votado de outra maneira, sem contar que jamais deveria estar
votando seguiu a decisão do revisor, Ricardo Lewandowski, pela absolvição e
este como já sabíamos desde 2007 vinha tentando inocentar e melar o julgamento
dos mensaleiros. Há ainda três ministros do Supremo para votar, mas a
condenação, a não ser numa improvável alteração do voto, já é certa.
Para o Ministro
Gilmar Ferreira Mendes, as provas dos autos demostram que:
"evidencia inequivocamente que o valor
mencionado não teve origem no PT".
Desta forma fica afastada a tese de parte dos réus
do Mensalão de que os desvios apontados correspondem a caixa dois eleitoral,
numa descarada manobra de confessar crime eleitoral de menor gravidade, e não
compra de votos de parlamentares, como aponta o Ministério Público da União.
Está comprovado que o saque do dinheiro foi feito
pela mulher de João Paulo Cunha em uma agência do Banco Rural. Gilmar Ferreira Mendes
entendeu que houve ainda corrupção ativa de Marcos Valério e de seus ex-sócios
Cristiano Paz e Ramon Hollerbach, porque os efetivos operadores do Mensalão.
O ministro, uma das mentes mais claras e brilhantes
do STF ainda faz discussão coerente e fundamentada sobre as acusações pelos
crimes de peculato e lavagem de dinheiro em que estariam envolvidos João Paulo
de Cunha e Marcos Valério.