O
Brasil do século XXI é um país que se debate com uma grave Síndrome, a síndrome
da má-consciência.
Este
é um fenômeno conhecido, os politicamente corretos ditadores da consciência
coletiva, buscam conseguir apoio para causas absolutamente desarrazoadas,
apelando para a nossa má consciência. Como todos temos pecadilhos a expiar, nos
sentimos fragilizados e intimidados perante estas campanhas bem intencionadas,
mas muito mal explicadas.
Um
aspecto interessante é a questão indígena brasileira. Nós brasileiros
resolvemos ser o povo que resgata a dignidade dos povos que aqui viviam antes
que existisse a ideia de Brasil, resgatando inclusive, as tragédias com os
índios norte-americanos. Somos afinal um povo cordial não é?
Recentemente
vimos o STF ao arrepio de todo o Ordenamento Jurídico expropriar cidadãos de
bem, com títulos de terras fornecidos e garantidos pelo Governo do Estado da
Bahia, retirar a propriedade de produtores rurais, de terras que seriam
indígenas, mas que nunca foram demarcadas. Qual a segurança jurídica que
garante um Estado que sequer reconhece a validade dos títulos que concede? Qual
a segurança jurídica de uma propriedade que cede facilmente a qualquer má
consciência tornada popular para a proteção de índios que não podem ser mais
índios?
Recentemente
saiu o resultado do Censo de 2010 sobre as populações indígenas no Brasil, que
cresceram muito, não tanto em população, mas em área ocupada. Foi muito
interessante ouvir um Cacique Xavante, nas inúmeras entrevistas, justificar que
morava em um apartamento em Brasília e estava buscando fazer curso
Universitário, porque era importante testemunhar, e esta foi a palavra,
testemunhar a sua forma de vida, a sua cultura, e divulgar os seus valores
nesta corrompida sociedade capitalista do século XXI em seu centro de poder!
Senhores,
que testemunho pode dar um Cacique, morando em um apartamento na capital do
País? Como vai divulgar aí os seus valores? O que podem ser os valores
indígenas brasileiros hoje mais do que objeto de interessantes monografias de
antropologia?
Outra
situação igualmente constrangedora é esta mania de acreditarmos que o Paraguai
com o Acordo de Itaipu é um país explorado. Ora, a Construção da Usina pelo
Brasil, vamos repetir, pelo BRASIL, só traz vantagens ao país mediterrâneo
latino-americano, que só ganha energia e receita milionários, sem, vamos
repetir SEM nenhum aporte de recursos. Somos nós os contribuintes brasileiros
que demos de presente a Usina e seus imensos recursos à nação paraguaia. Por
que a má consciência?
Ah,
sim, por causa da Guerra do Paraguai!
Ora,
senhores, quem invadiu a Província de São Pedro do Rio Grande e de Corrientes
foi o ditador paraguaio Solano Lopez, um sujeito meio amalucado, que agiu
contra o pai e o irmão para enfeixar o poder, e levou o povo a uma guerra
genocida. Aliás, há paralelos muito significativos entre Solano e Hitler, basta
ler a história com um pouco mais de isenção e cuidado. Por que os brasileiros
eram chamados de macaquitos? Porque a cor da pele de nossos soldados denunciava
uma miscigenação importante de nosso povo, bem como o direito de alforria fazia
com que em nossas hostes estivessem muitos filhos de africanos que construíram
a brasilidade, e receberam o tratamento mais preconceituoso e ofensivo possível
pela elite do país vizinho, que invadiu o nosso!
As recentes manifestações do novo presidente paraguaio, Federico
Franco, que disse não estar disposto a vender o excedente de energia de Itaipu,
dando a entender que a cede de graça ao Brasil, o que é deslavada mentira, já
que o ex-timoneiro Lula da Silva, ao arrepio dos tratados internacionais,
decidiu pagar mais com dinheiro da viúva a energia que compra de uma usina que
construímos para agradar o ex-presidente Lugo, é um sinal importante do quanto
o Brasil vem fazendo papel de coadjuvante e palhaço na política externa
latino-americana, como reflexo e resultado da tibieza, da falta de rumo e
seriedade do Itamarati sob o governo do PT.
Estas bravatas sofríveis perpetuam a falsa noção de que o Tratado
de Itaipu é desvantajoso ao Paraguai, e a nossa política externa é
incompetente, é deslavadamente incapaz de alertar ao mundo e aos brasileiros
que isso é uma ofensa à soberania nacional. A reação do governo brasileiro ao
falatório foi de apatia, foi de inércia, foi de incompetência do Itamaraty. O
governo brasileiro que tem o dever de esclarecer a brasileiros e paraguaios
sobre os fatos, se mostra incapaz de fazê-lo, é incapaz de fazê-lo porque um
governo fraco e cada vez menos influente na América Latina, cujo preço será
pago pelos brasileiros a longo prazo.
O Paraguai não tinha dinheiro para construir a usina, nem
capacidade de consumo da energia produzida o que levou ao arranjo que vigorará
até 2023, quando se prevê a amortização dos investimentos na usina,
investimento que foi apenas o Brasil que fez. Vamos esclarecer que com isso o
Paraguai será detentor, sem qualquer
ônus, de 50% da usina, cujo valor alguns estimam em US$ 60 bilhões. É
ou não é um enorme presente do Brasil para o Paraguai? Mas quem deu senhores,
somos nós, não é este governo incapaz que não toma nossa soberania a sério.
É uma mentira afirmar que a energia de Itaipu é barata. Vejamos, ao
câmbio atual, o valor pago pelo Brasil pela energia proveniente do Paraguai já
supera R$ 100,00/MWh, mais caro do que a energia de vários novos
empreendimentos contratados em leilões de energia, ou seja, graças ao
ex-timoneiro Lula da Silva, já pagamos mais caro pela energia da Usina que construímos
e damos de presente ao Paraguai, do que poderíamos pagar pela energia produzida
aqui.
Outro aspecto interessante é que o custo médio da energia
consumida pelo Paraguai em 2011 fosse de US$ 29,07/MWh, contra US$ 37,74/MWh
pagos pelo Brasil.
O governo brasileiro precisa esclarecer à nós e aos paraguaios que
com Itaipu, nós brasileiros, que pagamos elevados impostos nas contas de
energia elétrica, direcionamos uma receita líquida aos paraguaios de US$ 319
milhões em 2011, é pouco? E isso não é uma exceção; todos os anos têm sido
assim, e agora nos acusam de que Itaipu é um mal negócio?
Cidadãs e Cidadão brasileiros, o nosso vizinho Paraguai só tem
ganhado com Itaipu: energia de graça, receitas milionárias e sem envolver
qualquer aporte de recurso, o problema é que, se o gigante dorme, se está
caolho, o rato faz a festa!
O que nós brasileiros podemos fazer para nos afastarmos desta
má-consciência coletiva, e nos permitir um governo digno, com uma política
externa que resgate o Barão do Rio Branco!
Chega de incompetência, o preço é muito alto.
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