A
Gazeta do Povo deste domingo fez um trabalho interessante e esclarecedor sobre o
aspecto social e econômico da Eleição que se avizinha para Prefeito e
Vereadores.
Segundo
a constatação do diário paranaense, a Classe Média emergente apesar de
representar quase três quintos da população, revelam que estão pouco
interessados nas eleições deste ano, como constata a primeira pesquisa
Datafolha sobre a disputa para a Prefeitura da capital.
Constatou-se
que de acordo com a sondagem, apenas 25% dos entrevistados com renda familiar
entre dois e cinco salários mínimos (R$ 1.244 a R$ 3.110) e 30% daqueles com
renda entre cinco e dez mínimos (R$ 3.110 e R$ 6.220) dizem que tem “grande
interesse” na eleição para prefeito. Quando questionados sobre a disputa para a
Câmara de Vereadores, o índice cai para 18% e 22%, respectivamente, num claro
desinteresse por um órgão legislativo, muito mais importante que o Executivo,
em virtude da equivocada compreensão do processo político, e da importância
daquele que se encontra em posição privilegiada e determinada para fiscalizar e
denunciar desmandos. E não para praticá-los.
Ainda
de acordo com o Datafolha, aqueles entrevistados com renda familiar acima de
dez salários mínimos (R$ 6.220) são os que mais responderam ter “grande
interesse” nas eleições para prefeito e vereador – 48% e 31%, respectivamente,
porque para eles, o processo político é antes de tudo, a garantia de segurança
jurídica, de busca de reformas que permitam uma sociedade mais justa sem ofensa
ao Estado Democrático de Direito.
Para
os mais pobres, aqui definidos como os entrevistados com renda familiar de até
dois salários mínimos (R$ 1.244), os índices foram de 23% e 19% – esse último,
superior ao da faixa mais próxima à classe C. Como o povo pode exercer seus
direitos, como pode fazer valer estes direitos, como pode impor a seus representantes
honestidade, respeito à Constituição e exigir do Estado o cumprimento de seu
dever de segurança, educação, saúde e saneamento, se o eleitor não se interessa
pelo processo político?
Voto
Nulo e Voto em Branco são mecanismos utilizados espertamente pelos
intelectualóides e honestóides blasés, para facilitar a permanência do status
quo, para permitir que a arena política não se transforme realmente no espaço
de debate consequente, de transformação da sociedade. Uma forma cruel de fazer
aquele que precisa do Estado de desacreditar do processo de representação e,
assim, permanecer alienado de seus direitos e de seus representantes. Aquilo
que parece inteligente, na realidade é desonesto!
Não
poderia ser diferente que na pesquisa Ratinho Jr. (PSC) levou vantagem entre os
eleitores com renda familiar compatível com a classe C, posto que realmente o
candidato que tem as cores mais populares de quantos se apresentam às eleições
de Curitiba em 2012. Ele soma 29%, contra 24% de Gustavo Fruet (PDT), 23% de
Luciano Ducci (PSB) e 9% de Rafael Greca (PMDB). Já na faixa entre cinco e dez
salários mínimos, Fruet lidera com 27%, enquanto Ratinho e Ducci têm 23% cada e
Greca, 12%, numa demonstração clara de clivagens existentes na sociedade
curitibana, que torce o nariz para as opções populares. Curioso é perceber que
o PT da capital resolveu se aliar ao candidato das elites intelectuais, e que o
candidato popular cresce exatamente dentro de espaços onde deveríamos encontrar
a atuação dos partidos populares.
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