Navegadores antigos
tinham uma frase gloriosa:
"Navegar é
preciso; viver não é preciso".
Quero para mim o
espírito [d]esta frase,
transformada a forma
para a casar como eu sou:
Viver não é necessário;
o que é necessário é criar.
Não conto gozar a minha
vida; nem em gozá-la penso.
Só quero torná-la
grande,
ainda que para isso
tenha de ser o meu corpo
e a (minha alma) a
lenha desse fogo.
Só quero torná-la de
toda a humanidade;
ainda que para isso
tenha de a perder como minha.
Cada vez mais assim
penso.
Cada vez mais ponho da
essência anímica do meu sangue
o propósito impessoal
de engrandecer a pátria e contribuir
para a evolução da
humanidade.
É
a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.
Fernando Pessoa
Realmente Pessoa neste poema nos põe uma questão fulcral:
viver não é preciso, porque o que é preciso é criar, é de forma destemida, de
forma determinada ousar, ousar pelo que cremos, ousar pelo que julgamos justo,
necessário e bom! Nunca olvidando que grande é o homem que defende o que
acredita, maior ainda, é aquele, que convencido de seu erro, humildemente,
repensa o que acredita!
A liberdade de pensar, a liberdade de amar, a liberdade de
fazer, é o que garante, que viver não é preciso, porque viver é consequência do
ato de amar!
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