Precisamos sempre não esquecer a beleza dos poemas de
Camões, é preciso sempre revisitá-lo, bem como a Gil Vicente, a Fernando
Pessoa, a Florbela Espanca, e nunca retirarmos de nosso horizonte, que esta
última flor do Lácio, inculta e bela é o que faz com que nossa unidade nacional
e cultural não seja mera possibilidade, mas antes, uma realidade que permite a
busca da construção da nacionalidade.
Amor é fogo que arde sem se ver
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís Vaz de Camões
(1524-1580)
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