Espaço de sentir e pensar de Laércio Lopes de Araujo

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Existo

 



 

Só existo na relação com a chama;

Só existo enquanto chama;

E como chama, queimo, torno cinzas,

Tudo quanto toco, tudo quanto sou.

Existo assim, ardendo, queimando,

Mas antes de anular-me existo,

Em toda chama que devora,

Em toda existência que se faz cinzas.

Assim, aquela que permanece em mim,

Dissolve-se na fumaça que se desprende,

Da união do eu e você,

Espalhando-se por toda a eternidade,

Em todas as chamas, em todas as cinzas,

Sem extinguir-se nunca,

Porque amor, quando amor;

É tal qual Fenix, ressurge sempre

Mais forte, mais belo, mais exuberante,

Das chamas que o consomem.

Sim, só existo como chama!

terça-feira, 14 de janeiro de 2025

O tempo e nossa perspectiva

 




Quando nos pegamos pensando no tempo percebemos, da maneira mais singela, que o tempo é uma realidade que nos diz, que o passado se afasta de nós cada vez mais com a velocidade que nossas tristezas e nossas amarguras imprimem, o futuro vem ao nosso encontro com a velocidade que nossas promessas e nossas esperanças conseguem imprimir ao nosso desejo. Mas, o presente, ora, o presente vive a angústia de querer ser agarrado, para poder ser vivido, e isso gasta toda nossa força e energia, num baldado esforço que acaba por nos deixar desamparados do passado que se alheia e do futuro, que está sempre a chegar, mas que ao ser presente, se esgota na angústia da espera.