Espaço de sentir e pensar de Laércio Lopes de Araujo

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Em Defesa do Preconceito






Em Defesa do Preconceito
a necessidade de se ter ideias preconcebidas
Theodore Dalrymple

Sinopse:

No pensamento atual, ter preconceitos (aceitar ideias como verdadeiras, sem questioná-las) significa ser racista, bitolado e retrógrado (dentre outros adjetivos), quando o ideal seria todos serem livres-pensadores e questionarem tudo que lhes ensinam. Nesse livro, porém, Dalrymple aponta que a verdadeira razão para o surgimento desse ideal de liberdade de pensamento é que não queremos ter nossas ações restritas; desejamos poder fazer o que bem entendemos, quando bem entendemos. Influenciados pelo racionalismo de Descartes e Mill, rejeitamos qualquer autoridade sobre nosso comportamento moral, seja essa autoridade a religião, a história ou as convenções sociais, e isso faz com que percamos importantes reguladores de comportamentos antissociais. Se não nos autopoliciarmos, a lei é a única força que pode conter nossos comportamentos antissociais e os conflitos resultantes – o que muitas vezes faz com que governos se tornem autoritários.


O que penso:

Theodore Dalrymple em mais um livro fundamental nos coloca situações que se pensássemos bem, não teríamos a menor dificuldade de reconhecer a absoluta verdade de suas colocações. Em primeiro lugar, defendo há muito tempo e muito antes de entrar em contato com a obra do ilustre psiquiatra inglês que não é possível conceber um ser humano despido de preconceitos. Que todos os temos, o problema é como diferenciar aqueles bons dos que são maus.
Um aspecto relevante do pensamento dele também é assinalar que o preconceito de que todos têm de ter condições iguais desde o nascimento, que a igualdade é um valor em si, é o caminho mais curto e perigoso para o totalitarismo. A igualdade é sem sombra de dúvidas a fonte de todos os equívocos da esquerda. O pensamento de Rousseau é a fonte de perversas construções que vêm a sociedade como a culpada de nossas limitações e fracassos, e que as leis têm o dever de equalizar os homens.
Ora, o preconceito contra a hierarquia, contra o mérito, contra a diferença é a outra face da moeda de preconceitos contra a liberdade, contra o pensamento livre e contra o exercício do mérito.
Os livros hoje publicados pela É Realizações Editora têm quebrado o paradigma do pensamento de esquerda no Brasil. Podemos respirar agora os que advogam o mérito e a liberdade como ordenadores de uma sociedade sadia. O Estado Social de Direito nada mais é que uma ditadura disfarçada, um populismo às custas das forças vitais da nação, que promovem sempre este lamentável espetáculo de nacional-desenvolvimentismo populista, fonte de atraso e de fracasso históricos no Brasil.
Os preconceitos são inerentes à forma de pensar e agir do humano, e quando buscamos suprimir um, devemos raciocinar longamente sobre aquele que será erigido em seu lugar. Como Dalrymple assinala, ser contra preconceitos é um preconceito, com a gravidade de que se julga politicamente correto e parte de um princípio espúrio que é a igualdade, coisa que a natureza não só não garante aos seres humanos, como busca evitar, já que a seleção natural, como todos sabemos busca exatamente preservar apenas e tão somente os mais aptos.
Acentua ele de forma correta que a ciência cartesiana tinha entre seus paradigmas que toda verdade deve ser questionada. Este paradigma da ciência aplicada aos valores sociais, desconstruiu todos os sistemas de sustentação da hierarquia, do mérito, do valor, porém, em última análise, a própria afirmativa de que toda verdade deve ser questionada, põe em questão a verdade de que deva se questionar todas elas.
Para todos aqueles que sabem pensar, para todos aqueles que não se conformam com uma igualdade fundada no direito sem limites, que pugnam pelo valor e pelo mérito, as obras do psiquiatra inglês são um momento de raríssima possibilidade de desossar o pensamento dominante na intelligentsia brasileira, que insiste no bom mocismo da esquerda, produtora de estados de exceção, que suprimem liberdades em nome da distribuição de miséria.

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