Encontro
na tela tantos olhares,
Tantos
esgares, tantos falares,
Encontro
na tela teus lábios,
Que
sucumbem à angústia de um não estar,
Tão
presente quanto as dores acusadas,
Em
cada um dos olhares...
Olhares,
tão envoltos na repulsa,
De
um vômito compulsivo das dores,
Tão
contorcidos na percepção das dores,
Tão
enigmáticos na desconfiança desabrida,
Olhares
tão esbugalhados do sofrimento!
Vejo
na ânsia das cores que partem,
Do
interior mais profundo de uma alma dorida,
A
necessidade de buscar, com os olhares,
O
olhar do outro, que sinta, reverbere,
As
dores e angústias que trouxeram vida no espaço!
E
nos olhares que permitem do mundo um existir,
Para
além dos sofrimentos sentidos, retidos,
Torno-me
de pronto existente em você,
E
então, apenas então, percebo os olhos que vazios,
Sumidos
de suas órbitas, acompanham-me a olhar,
Este
mundo, tão estranho mundo, que habita em mim,
Para
logo emoldurar este outro mundo, além de mim!
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