Espaço de sentir e pensar de Laércio Lopes de Araujo

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Em algum lugar






Em algum lugar deste vasto mundo,
Encontram-se as almas gêmeas,
Desgarradas pela inveja,
Da ternura, do amor e da sedução,
Pelos deuses do Olimpo!

Em algum lugar deste tão vasto mundo,
Sei que hei de encontrar,
Os olhos doces, a palavra meiga,
A ternura leve, a sedução encantadora,
Da metade que me falta cada dia,
Todos os dias, como dor,
Como ansiedade, como premência!

Em algum lugar deste mundo,
Que se expande e se contrai em minhas vísceras,
Sei que encontrarei repouso para minha alma,
Encontrarei lenitivo para minhas chagas,
Bálsamo para as feridas de minha história!

Em algum lugar do mundo de lugar algum,
Ei de te encontrar, apenas para dizer,
Que me bastas a cada momento,
Que me devoras cada pensamento,
Que me faltas cada instante...
Ei de te encontrar, apenas para te observar,
Para admirar cada parte de teu corpo,
Para desejar cada pedaço de ti!

Em algum lugar deste tão pequeno mundo,
Ei de encontrar-me e encontrando-me...
Achar-te, sempre parte de mim,
Sempre toda falta que há em mim.

Em algum lugar,
Eis que não mais serei eu,
Mas serei em ti...
Um nós que desafia as divindades tutelares,
Da vida,
Do Amor,
Ai de mim, condenado, novamente
A desgarrar-me de ti...
Pela inveja dos deuses,
Pela fraqueza de minha alma,
Pela inconstância do desejo,
Pela morte que me arrasta,
Pelo abandono que sinto!

Em algum lugar...

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