Sinto-me como um imenso barco, que navega a
história,
Que avançou por muitos oceanos, aportou em muitos
continentes,
Mas que em determinado momento, perdeu o leme,
Perdeu os motores, e ficou à deriva...
Como um gigantesco barco habitado por fantasmas de
mim,
Fico mirando o oceano, sem fim, que se estende,
Em todas as direções ao infinito, sem margem que se
afigure,
Segura para aportar.
Mas mesmo que a houvesse, não há como impulsionar o
navio,
Sem motor, sem leme, apenas habitado pela angústia,
A angústia de amar e ser amado,
De desejar e ser desejado...
Muitas vezes meu pensamento navega nas milhares de
páginas de livros,
Que se oferecem à minha existência como portos
seguros,
Mas ao fechá-los, percebo que continuo à deriva,
Continuo à deriva de mim, com a dor de pensar como
pano de fundo.
Sinto-me à deriva tanto tempo, que estou exausto,
Exausto de mim, exausto de minhas insuficiências,
Exausto de acreditar, exausto de procurar,
E só então me dou conta, de que permaneço, incólume
mas corrompido.
Sim, a ferrugem do abandono, corrói minha
existência,
O desmonte de minhas certezas, despedaçam o
convés...
Corrompe-me as fibras a falta de amor e de cuidado,
E então, já não há mais que perguntar apenas...
Quanto tempo ainda... à deriva?
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