Espaço de sentir e pensar de Laércio Lopes de Araujo

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

As coisas






A linguagem muda das coisas,
Que dizem mais do que sua mudez sugere,
Expõe de maneira explícita, sempre presente,
A memória ensurdecedora da história.

Esta linguagem, sem palavras,
Povoa o espírito de inquietudes,
Preenche de símbolos equívocos,
A certeza que buscamos para não encontrar!

Corrompida a linguagem das coisas,
Pela necessidade adâmica de dar voz,
A tudo que não pode por si mesmo nomear-se,
Produz um insondável sofrimento, uma morte!

Não é por outra razão, que todas as coisas,
Em sua mudez eloquente, atemporal,
Ganham um sentido e um simbolismo,
Que transcende a existência e o valor material!

A linguagem das coisas emudecidas,
Porque abstraídas no ato de nomear,
Se perde quando não entendidas,
Seja no ato de amar, seja no ato de recordar!

Mas se as coisas, mais que recordação,
Mas se as coisas, mais que valores,
Não são mais que mensagens cifradas,
Mudas, atemporais do ato de amar?

Se as coisas, não guardam em si...
Um discurso eloquente de pertencimentos,
Se não expressam de maneira muda,
Todos os sentimentos sublimados...

Não há que atribuir-lhes valor ou significado,
Perdem sua existência objetiva, seu sentido,
Deixam de discursar, palavras mudas,
E o perecimento é-lhes favor, inexorável!

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