Vi-a
atravessar a rua,
Falava sozinha,
Numa algaravia
vária,
Não se
preocupava com os carros,
Menos ainda
com os pedestres,
O mundo
para ela não tinha regras,
Juntou algo
no lixo para comer,
Respirou
fundo,
Esticou a
barriga,
Acariciou-a,
esticou as meias,
Dois belos
sapatos,
Rotos e
sujos,
Diferentes,
de saltos dispares,
Uma meia,
outra não meia,
A pele,
branca, muito branca,
Toda com
crostas,
Toda arranhada,
Como testemunho
dos parasitas,
Dos inúmeros
parasitas,
Que vivendo
do dinheiro público,
Condenaram
a Louca,
A esta
louca vida,
De liberdade,
De independência,
De falta
de preocupação com sua existência,
De absoluto
desprezo,
Pelo direito,
Pelo dinheiro,
A
Louca...
Eis um
ser humano,
Plenamente
humano,
Na
Louca, não há hipocrisia,
Sua autenticidade,
Sua sinceridade,
Sua liberdade,
Sua independência,
Tem um
nome,
Humanidade!
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