Viver não faz sentido,
Viver é angustiante,
Viver é antes de tudo,
Uma dúvida,
Uma crueldade,
Um desatino!
Daí me pergunto,
Por que viver?
Não me faço uma vez,
Duas vezes,
Mas muitas vezes!
Há um insondável,
Há um inexplicável,
Há um não sei quê...
Que desafia o próprio non
sense de viver!
Quando adolescente,
Pensava, como muitos
Em morrer,
Em suprimir uma existência,
Dolorosa,
Arrastada,
Insuficiente,
Inexplicável,
Mas mais que tudo, injustificável!
Mas todos os dias amanheciam,
E por tal, tinha de carregar dolorosamente,
A certeza de existir mais um dia.
Uma dor que se amplifica com a expectativa do outro,
Uma dor que se amplifica na espera e no desejo do outro!
O que fazer da vida,
O que fazer deste nada,
Que contemplamos,
Sem mesmo saber quanto tempo?
Nada, apenas viver...
Esperar,
E nesta espera, desejar,
Amar, beijar,
Arrastando docemente,
Ou dolorosamente,
Uma existência inexplicável!
E Basta!
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