Espaço de sentir e pensar de Laércio Lopes de Araujo

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Para quê?




Muitas vezes nos vemos,
Diante de uma imensa estrada,
Construída com nossas mãos,
Que sangram, doem,
Após cavar o solo,
Arrancar florestas,
Apenas para abrir aquela estrada!

A estrada, que leva...
A lugar algum,
A lugar nenhum,
A qualquer lugar,
Porque não importa para onde vá,
A estrada nos leva,
Por motivos alheios a nós!
A estrada nos arrasta,
Pelo que sentimos,
Pelos que amamos!

E se de repente,
Não mais que apenas,
Tão somente,
De repente,
Nos encontramos sozinhos,
Numa estrada,
Dolorosamente construída,
De nossas dores,
De nossas fraquezas,
De nossas incertezas!
O que nos resta?

Se percebemos que só nos resta,
O abandono, sem explicação,
Pleno de desrazão!

Corremos, aceleramos o passo,
Procuramos uma ponte,
Onde possa precipitar-me,
Para o vazio,
Para um imenso vazio,
Para todo o vazio, que possa imaginar!

Mas já estou irremediavelmente,
Imerso neste vazio,
Percebo então,
Que só me resta a dor!
Dor...
Dor...
Dor...
Como um pêndulo,
Marcando a tristeza em minha alma!

Sobreviverei?
Sim, como uma condenação,
Uma expiação pelo amor sentido,
Pelo amor vivido!

Não é a primeira vez,
Infelizmente, não será a última,
Mas que tenham piedade de mim!
Apenas porque sou...
Irremediavelmente humano!

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