Tenho
uma suspeita!
Que habita
em mim um outro,
Como aquele
outro que encontrei,
Ainda outro
dia...
Que falava
sozinho pela rua,
Como se
discursasse, qual Cícero,
No Senado
da República!
Suspeito,
que no passo apressado,
Seja
como aquele outro,
Que corre
pela rua,
Com um
embrulho embaixo do braço!
O
mesmo embrulho,
Que via
este outro carregar,
Desde o
tempo em que...
Passei
a ter memória!
Um
pequeno embrulho,
Sempre
embaixo do braço,
E que
sempre me esforçava,
Para imaginar,
O que
levava, naquele..
Tão
secreto embrulho!
Suspeito,
que sou insignificante,
Tão
insignificante,
Quanto
aquela outra,
Que falando
sozinha,
Vestida
de sacolas de lixo,
Gritando
pela rua,
Uma
algaravia sem sentido!
Não mobilizava,
Assim
como eu,
Nem
mesmo...
A piedade,
dos ímpios,
Que dela
zombavam,
Pela liberdade
de ser louca!
Suspeito
que sou tão patético,
Quanto
aquele patético e atlético,
Homem de
cuecas desbotadas,
Que pedalava
sem nenhum motivo,
Para lugar
algum,
Sempre
com a mesma pressa,
De chegar
a nenhum lugar,
Para tão
somente suar,
Toda uma
vida, sem sentido!
Sinto
e suspeito,
Que sou
tão absurdo,
Quanto
todos os que trafegam,
De um
lado para o outro,
Apressados,
Sismados,
Enervados,
Crentes
em sua grande importância,
Que se
esgota na sua ignorância,
Na ignorância
da fome do outro!
Suspeito,
que estudei,
Como louco,
Para acabar
sabendo,
Pouco mais
que uma ameba,
Que só
sabe, que tem de continuar a existir,
Para deixar
de existir,
Tão logo
a sua falta de sentido,
Seja
um motivo maior,
Do que
existir, irremediavelmente,
Sem
nenhum sentido!
Suspeito
que estou morrendo,
Um
pouquinho,
Só um
pouquinho,
A cada
segundo,
O bastante
parar morrer completamente,
Daqui a
pouco,
Sem nem
sequer saber,
Por
que um dia existi!
Suspeito...
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