Espaço de sentir e pensar de Laércio Lopes de Araujo

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Pelas ruas




Ando pelas ruas,
Procuro nos rostos, 
Rostos estranhos um algo,
Um algo que me diga,
Quem sou?
Quem és?
Busco algo, por que,
Por quem...
Apaixonar-me...
Agora...
Amanhã...
Sempre!

As ruas, caminhos?
Vazios, dentro de mim,
Cheios de pessoas,
Que não fazem parte,
De mim,
Dos meus sonhos,
Do que creio,
Sou como um estranho,
Um estranho de mim mesmo!

Pelas ruas,
Apaixono-me,
Mas sou visto como vilão.
Ameaçador, desconhecido...
Não posso falar o que sinto,
O que vejo...
A rua é um espaço hostil,
Um espaço de estranhamento...
Onde todos querem reinar,
Onde todos querem se impor!

A rua é um lugar de conflito,
Um lugar de disputa de nossas vaidades,
A rua, vazia de mim,
A rua que quer se impor a mim!

Como terei coragem,
De sair à rua amanhã?
Se posso sentir-me,
Ainda mais só,
Ainda mais abandonado,
Ainda mais agredido?

Aristóteles acreditava,
Que éramos homens,
Mulheres da Polis,
Mas se enganou,
Somos tribais,
A polis é uma necessidade,
Uma violência irreparável!
A pólis, a cidade a rua,
Uma forma de nos roubar...
A humanidade que existe em nós.

Ainda ando pelas ruas,
Mas elas já não me levam,
A lugar algum,
Porque apenas...
Podem me levar ao meu vazio.
Ausente de mim toda humanidade!

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