Espaço de sentir e pensar de Laércio Lopes de Araujo

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Ao fim




Caminhamos como autômatos,
Cumprimos deveres desalmados,
Recebemos migalhas por esforços vãos,
Desejamos o desnecessário,
Esquecemos o inestimável!

Terminamos sempre por acumular,
Acumular bens, acumular ouro,
Acumular mágoas, acumular pesadelos,
Por que ao fim, tudo se perde,
Tudo se resume ao fracasso de existir,
Tudo deixa de existir, para apenas restar a morte!

Caminhamos sobre escombros de memórias,
Buscando respostas a perguntas vãs,
Caminhamos como tolos, por caminhos já trilhados,
Por centenas, milhares, milhões de mortos,
Do passado, do presente e do futuro.

Estamos tão obcecados por nada,
Tão obcecados por nossas vaidades,
Que não percebemos que quando partimos,
Em busca dos culpados e dos responsáveis,
Por nossos sofrimentos, por nossas perdas,
Por nossa escravidão,
Sempre encontramos ao final...
Um espelho,
Onde reproduzimos todos e o único,
Responsável pela miserável existência,
Apenas e tão somente,
Um único!

Miramos abismados,
Nós mesmos, mil vezes refletidos,
Para só então perceber,
Que somos fragmentários,
Iludidos, solitários!

Nosso destino,
Se resume a olhar,
Ao fim,
Um espelho,
Onde apenas ser reflete,
Uma imagem!

Ao fim e ao cabo,

Nós mesmos!

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