Espaço de sentir e pensar de Laércio Lopes de Araujo

sábado, 8 de março de 2014

Alma atormentada






Minh’alma atormentada
Por quê?
Porque olho em torno de mim,
E vejo tantas promessas,
Tantos amores,
Tantos desejos,
Tantos pertencimentos,
Incapazes de vencer o tempo!

O que fizemos de nossas existências?
O que destruímos com a ausência de valores?
O que deixamos de entender com tudo que construímos,
Para consumir?
Para usufruir?
Para possuir?

Minh’alma atormentada,
Dói, tão intensamente,
Que perturba meus pensamento,
Que embaralha meus quereres,
Que me torna escravo de analgésicos,
Orais,
Oculares,
Auditivos,
Olfativos,
Gustativos,
Todos, sem espanto,
Tornados exagerados,
Ao ponto de consumir-me...
Neles, plenos,
De um imenso vazio!

Minh’alma atormentada,
Aponta,
Soturna,
Um abismo,
Que renego,
Apenas pelo amor que sinto,
Mas que me fere,
Tornando,
Ainda mais atormentada,
Minha pobre existência!

Minh’alma atormentada,
De que vale ela,
Senão por seus próprios tormentos,
Por suas próprias dores!

Minh’alma atormentada,
Permita-me,
Deixar de existir,
Para me bastar,
Tão somente,
Pela falta do que me bastaria!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sentir, Pensar, Expressar! A Intenet tornou possível a qualquer homem, a qualquer mulher, expressar tão livremente seu pensamento e seus sentimentos, quanto o são em realação ao seu existir! Eis o resultado!