Espaço de sentir e pensar de Laércio Lopes de Araujo

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Acaso





Foi o acaso, eu sei, talvez não tão acaso, mas não sei.
Era como que meia noite, achei-te, ou melhor achaste-me,
Aceitei o encontro, assim, perdido na madrugada, despretensioso,
Mesmo que desconfiado.

Mas foi então que me surpreendeste,
Bela, jovem, encantadora,
Escrevias com uma correção, com uma beleza,
Que em nada lembrava a enfadonha algaravia,
Dos jovens que teclam desprezando sua língua!

Foste, de maneira delicada e tranquila,
Fazendo revelações, sérias, sentidas,
Verdadeiras, que não entendi,
Nem como propaganda de uma forma de ser,
Nem como desabafo em desdouro de mim!

Acaso, que só é permitido pelo estranhamento,
Sincero e delicado, de quem acredita no outro,
Mesmo que o outro ainda não saiba como é
O mundo,
Você,
A fome,
A dor,
O abandono...
Enfim, mesmo que o outro ainda guarde uma inocência,
Dentro de um mundo determinado pela violência!

Acaso, tanto acaso, que não sei o que fazer,
Com a paixão benigna que despertastes em mim!

Vivi mil vidas,
Acordo para mais mil todos os dias,
E todos os dias sei que viverei outras mil!
Mas o acaso, ainda assim traz-me surpresas,
Tão densas e agradáveis,
Tão prenhes de fortuna,
Promissoras de prazer e felicidade!

O que pode ser de mim,
Se encontrar-me com você,
Fizer de mim um outro?
O que pode ser de mim,
Se ao ler o que escreves,
Como escreves,
Teus carinhos, tuas discrições,
Teu encantamento,
Tua leveza,
Me seduzirem, até tornar-me
Eu e tudo que sou...
Devoto de tua presença!?

Sim, devo tomar todo cuidado,
Porque seduziste-me pelo que escreves,
E escreves como alguém culta,
Elegante, inteligente...

Sei não, mas acho que me prendestes
Apenas porque sabes escrever!
Porque sabes ser, aquela que eu gostaria de ler,
De ouvir, de viver!
Venha e escreva em minha vida...
Escreva uma página tão bela,
Porque digna de ti,
E que marque minha vida,
Apenas pelo que nela escreveu!

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