Espaço de sentir e pensar de Laércio Lopes de Araujo

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Encontros






Encontrávamos nas igrejas,
Ou nos bares,
Ou perto do coreto,
Ou nos batizados,
Ou ainda, quando ficavas na janela!

Encontrávamos olhos nos olhos,
Corações acelerados,
Suores, medos, incertezas,
Encontrávamos tão somente...
Porque não havia outro jeito de nos acharmos!

Encontrávamos sempre ou nunca,
Mas havia sempre a esperança,
De sentir o cheiro da pele,
A cor dos olhos,
A beleza dos cabelos,
A graça do andar e do sentar,
A delicadeza do estar...

Agora, todos os espaços se foram,
Apenas uma tela de 5 ou 6 polegadas,
Com fotografias frias,
De tempos idos e não tão idos,
Mas tão diferentes, que irreconhecíveis!

Como encontrar este outro,
Que é apenas uma fotografia na tela,
Que existe apenas no espaço de bits e bites,
Que não tem cheiro,
Nem jeito,
Nem delicadeza,
Nem presença que possa fazer tremer!?

Estranho mundo que nos apresenta tantos milhares de pessoas,
Tantos outros e tantos nenhuns...
Que nos expõe, escondendo-nos,
Tornando-nos outro que estranho a nós mesmos!

Mas o encontro permanece o mesmo,
Quando se torna real, quando se permite real,
Com mãos suadas, corações dilatados e palpitantes,
Esperanças e temores,
Do momento em que se tocam mãos com mãos,
Lábios e lábios, olhos e olhos!

Que mundo este que faz promessas,
Que abre espaços,
Que nos coloca fora do tempo,
Dentro da vida do outro...?

Que mundo este,
De surpresas,
De medos outros,
Que de novo...
Procura encantamento!?

Que mundo este, em que vou te encontrar...?
Que mundo este, em que vou te buscar...?
Que mundo este que se construiu a tua volta...?
Que mundo este que basta apenas desligar!?

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