Espaço de sentir e pensar de Laércio Lopes de Araujo

sábado, 24 de fevereiro de 2018

Limites





Malditos limites impostos pela linguagem,
Malditos limites impostos pela nossa mediocridade,
Expõe de maneira insuportável a insuficiência da palavra,
A incapacidade de dizer da devoção e da adoração,
Estupefacientes do momento de estase e prazer!

Limites da palavra, falada, mais ainda mais grave...
Os limites da palavra escrita, sem sentido, sem razão,
Um imenso travo sobre os olhares da alma...
Que assim permanece numa cegueira angustiante,
Estupidificada pela incapacidade de dizer do que sinto!

Limites de uma inteligência incapaz de pensar para além
Das fronteiras naturais dos sinais, símbolos e signos que
De maneira tão limitada concebeu para construir, imagem,
Semelhança, mas nunca para decifrar o sentido absoluto,
De uma natureza divina encerrada em uma forma mesquinha!

Limites tristes de cada um de nós, incapazes de serpentear,
Dos pequenos olhos d’água aos mares oceanos do labirinto,
Aquele escuro e insondável que habita, não como outro,
Não como estranho, mas como não capaz de expressão,

Por esta tão mesquinha e limitada forma de pensar dores!

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