Espaço de sentir e pensar de Laércio Lopes de Araujo

sábado, 17 de fevereiro de 2018

Mundo





Há um mundo que me cerca,
Este mundo, estranho mundo,
Diz de mim algo que não sou,
Procura uma definição que me escraviza,
Impõe-me uma forma e motivação estranhas!

Há um mundo sem o qual não existo,
Mas que me é estranho de todo, confuso,
Exige explicações alheias ao que me define,
Tece considerações sobre meus atos, meus pensamentos,
Mas a conclusão é outro tão estranho de mim!

Sim, há um mundo lá fora, que é outro,
Tão outro e tão estranho, que incompreensível,
Para aquele mundo que habita cá dentro,
E só porque não pertenço a este mundo do outro,
Consideram-me louco, institucionalizam-me, abominam!

Assim, o que resta deste mundo, fora de mim...?
Que não o reconhecimento de um teatro de sombras,
Tão estranho, tão alheio, que me torna ator de mim,
Que me impõe fantasias tão várias, que não me reconheço,
Roteiros que me tornam mal interprete do que sou!

Há um mundo lá fora, tão estranho, tão louco,
Um  hospício chamado realidade, que apenas me resta,
A certeza de ser ator, de um teatro da insanidade,
Abandonado de minhas qualidades, submerso nas faltas...
Que um diretor tresloucado, que se diverte com meu desalento!

Neste mundo, outro mundo, que não o meu, existo para lamentar,
A falta que me faz, existir apenas para amar e saber-me amado!



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