Espaço de sentir e pensar de Laércio Lopes de Araujo

domingo, 3 de junho de 2012

Mais educação, qual educação?




Sempre que o mundo, e o Brasil particularmente, entram em crise há uma correria para encontrar soluções e quase sempre esta é indicada como possível apenas quando se dá através da Educação!
Panacéia universal de solução de todos os problemas, a Educação é esgrimida como aquilo que é necessário e suficiente para resolver todos os problemas da sociedade e do mundo.
Assim, qual é a solução para a pobreza? Educação. Para a corrupção? Educação. Para o subdesenvolvimento? Educação. Como reduzir a criminalidade e a insegurança dos cidadãos? Educação.
Ora, chegamos à conclusão que não há qualquer problema cuja solução não seja a Educação. Agora, será isso verdade?
Como temos lido, em quase todos os países os sistema de ensino são falhos, incompetentes e responsáveis pelas mazelas estatísticas dos seus egressos. Mas a pergunta que não quer calar é, quem faz o sistema de Educação? Apenas o Estado? Os politicos?
Nossos professores estão inseridos nesta mesma sociedade que elege Tiririca como Deputado Federal e Sarney e Collor como Senadores. Nossos professores são tão e igualmente corporativistas quanto nossos políticos, foram criados numa sociedade patrimonialista e clientelista que reproduzem na Escola sem nenhum pejo.
O democratismo que se criou com a eleição dos diretores de Escola e reitores de Universidade gerou uma partidarização e um sucumbir ao politicamente correto das instituições de ensino, que assim não são minimamente capazes de reformar a sociedade porque a reproduzem. Mérito, este desconhecido, só é utilizado quando convém na reprodução dos mesmos grupos ou valores dominantes!
O país do cone sul da américa latina que tem os melhores indices de educação, o Chile, é o que menos investe e menos escolas públicas tem! Por que?
Ora, porque a educação para ser eficiente tem de partir de um critério rigoroso do mérito! O mérito não pode ser medido de uma forma estática, mas dinâmica, com pluralidade de opiniões, tanto políticas quanto educativas! No Brasil isso hoje é impensável, instrumentalizado que está o Estado brasileiro.
A educação da qual não pode abrir mão um povo que quer democracia, liberdade e desenvolvimento econômico, não é apenas aquela formal, mas a que se constrói a partir da sociedade!
A campanha do Sugismundo que foi desencadeada na década de 70, em que pese ter sido encampada por um regime de exceção e nada democrático, educou o povo para as necessidades da higiene pessoal, pública e da cidade!
Curitiba, uma das cidades que por mais tempo teve reproduzida a campanha e onde os sucessivos governos investiram muito na conscientização da limpeza necessária do Espaço Urbano, é hoje exemplo. Mas este exemplo não vem da educação formal. Vem de campanhas, vem da participação da própria sociedade.
Há alguns anos tivemos algumas propagandas da Justiça Eleitoral sobre a importância do voto, sobre o seu conteúdo. Tão pobres e inexpressivas, que sequer eram capazes de vencer os argumentos dos alienados que propunham o voto em branco e nulo.
Sim, alienados, porque não sendo computados os votos brancos e nulos, tornam com o seu depósito na urna, mais fácil a eleição dos corruptos e demagogos!
A Educação que se faz necessária para a reforma do país é aquela que não vem das instituições escolares, porque nestas os professores que hoje lá estão, reproduzem acriticamente uma sociedade completamente incapaz de se reformar!
A educação passa pelo incentivo à leitura, à edição de livros mais baratos, com tiragens maiores, com boa qualidade gráfica, posto que ninguém quer ler livro feio e desgracioso!
Ler é a única solução, já que a televisão aberta é uma forma de alienação ainda mais abjeta da populacão. Romper com algumas limitações seria fácil, não estivessemos completamente presos a clichés que nos levam inexoravelmente às mesmas conclusões: mais professores e mais salários!
Tanto mais professores, quanto mais salários, já provaram sua sobeja ineficiência. Precisamos é de criatividade, sem a qual, podemos dar toda a educação que quisermos, apenas para reproduzir as mazelas que criticamos!

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