Espaço de sentir e pensar de Laércio Lopes de Araujo

sábado, 30 de junho de 2012

Silêncio




Estou condenado ao silêncio,
Um silêncio que me é caro,
Um silêncio que me é necessário,
Um silêncio que mimetiza a permanência na morte!

O silêncio que me aflige,
Aflige-me porque não me faço compreendido,
Porque não percebem que,
Minha privacidade é só minha,
Minha vida me pertence tão só,
Que o que vivo,
Particularmente com paixão,
Não pode tornar-se público,
Sob pena de roubar-me a mim!
Roubar meu viver,
Roubar meu sonhar.
Roubar meu momento!

Sim, estou condenado ao silêncio...
Não me perguntes o que penso,
Não me perguntes o que sinto,
Não me perguntes o que não posso responder!

Não o posso,
Porque roubaste-me a inocência,
Porque dividiu com o mundo o que é só meu!

Estou condenado ao silêncio,
Porque nada há a falar,
Quando falar já não mais faz sentido!

Não porque não ame,
Não porque não fosse verdadeiro,
Mas porque foi-me roubado!

Sim, condenado ao silêncio...
Mas se permaneço em silêncio...
Morro!

Resta-me pouco tempo,
Quanto tempo?
Não sei,
Mas a condenação ao silêncio,
Só pode matar,
Uma alma devorada pela palavra.

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