Espaço de sentir e pensar de Laércio Lopes de Araujo

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Hernán Cortez




Nestas duas semanas li, entre outros, dois livros sobre uma figura extraordinária da história espanhola e da história da humanidade. É uma figura que tem sido não só olvidada como injustiçada, desconstruída pela estupidez do politicamente correto, sem perceber que a construção do espaço cultural que conhecemos como América Espanhola jamais teria acontecido se não fosse o destemor, a fé e a perseverança de Hernán Cortez! Os dois livros são muito bons, mas o escrito pelo brasileiro é sem dúvidas muito mais interessante, muito mais corretas do ponto de vista histórico e muito mais crítico. Um belo trabalho, que é condição sine qua non para que se leve em consideração qualquer opinião sobre o grande conquistador espanhol.



HERNAN CORTEZ - CIVILIZADOR OU GENOCIDA?

Sinopse:
Hernán Cortez é um personagem que guarda muitas ambiguidades. Representa, ao mesmo tempo, o extermínio de um império indígena vasto e populoso e a origem do povo mestiço que constitui o México. A campanha liderada por Cortez no mundo asteca entraria para a História da cultura ocidental como símbolo de contato entre culturas e o consequente choque de valores de sociedades distintas. E foi a partir desse encontro que um novo mundo, aos poucos, se ergueu e outra sociedade, sincrética, nem europeia e nem indígena, começou a ser formada. Com base em pesquisa realizada em relatos, cartas, memórias e diários de viagens da época, o autor reconstrói a epopeia do guerreiro espanhol, cuja imagem oscila entre o símbolo máximo do conflito, da destruição provocada pelas guerras de conquista, e a representação do nascimento de um mundo novo.

Minha Opinião:
Hernán Cortéz, um dos grandes conquistadores espanhóis, esquecido pela praga ensandecida do politicamente correto, acusado de derrotar um vasto império, onde reinavam sábios, pacíficos e harmoniosos com a natureza indígenas, transformado em um demônio espanhol! Nada disso, um homem bravo, corajoso e determinado, que derrotou um império sanguinário, absoluto, retrógrado e escravizador, líder de um dos momentos históricos mais brilhantes da Península Ibérica! Uma biografia neutra, com excelente estilo, de um historiador que apesar de jovem, há parece maduro! Parabéns à historiografia nacional!



CONQUISTADOR - HERNAN CORTES, MONTEZUMA E A EPOPEIA DA RESISTENCIA ASTECA


Sinopse:
Os últimos dias do império asteca e os dois homens que estavam no centro de um épico choque de culturas. O choque entre os astecas e os espanhóis é uma lenda trágica de conquista e derrota, colonização e resistência, e da confluência extraordinária e violenta de dois impérios que até então não se conheciam. Este livro traz a história do conquistador, do líder da civilização que ele viria a destruir e da batalha que pôs fim a um mundo e deu início a um novo.

Minha Opinião:
O texto de Buddy Levy pode ser descrito como um romance histórico que relata o período desde o imediato do desembarque de Hernán Cortez na costa mexicana até a conquista da cidade do México. A leitura é agradável e politicamente correta o que lhe retira toda a capacidade de crítica sobre os eventos. Em muito momentos faz adjetivação negativa da ação dos espanhóis, mas é benevolente com a carnificina praticada pelo mexicas para dominar e submeter os outros povos da região. Os mexicas são tratados como angelicais, desprotegidos, e como se tivessem direito a não serem incomodados em seus territórios e em suas práticas violentas de submissão dos outros povos! Em nenhum momento o autor se questiona que seria absolutamente impraticável a manutenção do desenvolvimento isolado das civilizações existentes no continente americano. Que não havia absolutamente nenhuma harmonia com a natureza! Que não eram angelicais, que não tinham direito inquestionável sobre a terra que habitavam e exploravam, e que foi exatamente a sua violência e a forma violente de civilização que instalaram que desencadeou a sua ruina! O livro vale a pena, é muito bom, mas muito inferior criticamente ao livro de Marcus Vinícius de Moraes.

A Conquista do México

Velásquez Governador Geral de Cuba, e em muitas ocasiões um caudilho violento e prepotente, resolve, após o fracasso de várias tentativas de desembarque no que conhecemos hoje como México, enviar um de seus desafetos, um destemido militar conhecido como Hernán Cortez em 23 de outubro de 1518! A expedição apenas deixaria a ilha em fevereiro de 1519, tendo por Capitão Geral Cortez, que ao conseguir desembarcar e fazer uma aliança com o povo de Zempoala, funda uma cidade, chamada por ele Villa Rica, o que lhe desvinculava de Velázquez e legitimava sua pretensão de estabelecer-se sobre as novas terras como Governador Geral com pouco mais de 500 soldados espanhóis. Com Jerónimo de Aguillar padre que vivera entre os índios por mais de nove anos e com Malinche, vai com esperteza militar e grande capacidade de liderança e administração, construir alianças que lhe permitirão com os seus 500 homens e 12 cavalos, derrotar vastos exércitos indígenas, desacreditados por lideranças entorpecidas por uma civilização fulcrada no sacrifício humano. Conquistou a capital Mexica no final de maio de 1521, a cidade de Tenochtitlan que foi sitiada durante 75 dias pelas tropas de Cortés. Após a captura e morte do último rei asteca Cuauhtémoc que náo aceitou a rendição tendo preferido fugir da cidade, quando foi preso pelas tropas de Cortez, viveu ainda 5 anos, tendo sido morto após a tentativa de revolta contra os espanhóis e de nesta pretender o assassinato de Cortez!

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