Nestas duas semanas
li, entre outros, dois livros sobre uma figura extraordinária da história
espanhola e da história da humanidade. É uma figura que tem sido não só
olvidada como injustiçada, desconstruída pela estupidez do politicamente
correto, sem perceber que a construção do espaço cultural que conhecemos como
América Espanhola jamais teria acontecido se não fosse o destemor, a fé e a
perseverança de Hernán Cortez! Os dois livros são muito bons, mas o escrito
pelo brasileiro é sem dúvidas muito mais interessante, muito mais corretas do
ponto de vista histórico e muito mais crítico. Um belo trabalho, que é condição
sine qua non para que se leve em
consideração qualquer opinião sobre o grande conquistador espanhol.
HERNAN CORTEZ - CIVILIZADOR OU GENOCIDA?
Sinopse:
Hernán Cortez é um
personagem que guarda muitas ambiguidades. Representa, ao mesmo tempo, o
extermínio de um império indígena vasto e populoso e a origem do povo mestiço
que constitui o México. A campanha liderada por Cortez no mundo asteca entraria
para a História da cultura ocidental como símbolo de contato entre culturas e o
consequente choque de valores de sociedades distintas. E foi a partir desse
encontro que um novo mundo, aos poucos, se ergueu e outra sociedade,
sincrética, nem europeia e nem indígena, começou a ser formada. Com base em
pesquisa realizada em relatos, cartas, memórias e diários de viagens da época,
o autor reconstrói a epopeia do guerreiro espanhol, cuja imagem oscila entre o
símbolo máximo do conflito, da destruição provocada pelas guerras de conquista,
e a representação do nascimento de um mundo novo.
Minha Opinião:
Hernán Cortéz, um dos
grandes conquistadores espanhóis, esquecido pela praga ensandecida do
politicamente correto, acusado de derrotar um vasto império, onde reinavam
sábios, pacíficos e harmoniosos com a natureza indígenas, transformado em um
demônio espanhol! Nada disso, um homem bravo, corajoso e determinado, que
derrotou um império sanguinário, absoluto, retrógrado e escravizador, líder de
um dos momentos históricos mais brilhantes da Península Ibérica! Uma biografia
neutra, com excelente estilo, de um historiador que apesar de jovem, há parece
maduro! Parabéns à historiografia nacional!
CONQUISTADOR - HERNAN CORTES, MONTEZUMA E A EPOPEIA DA RESISTENCIA ASTECA
Sinopse:
Os últimos dias do
império asteca e os dois homens que estavam no centro de um épico choque de
culturas. O choque entre os astecas e os espanhóis é uma lenda trágica de
conquista e derrota, colonização e resistência, e da confluência extraordinária
e violenta de dois impérios que até então não se conheciam. Este livro traz a
história do conquistador, do líder da civilização que ele viria a destruir e da
batalha que pôs fim a um mundo e deu início a um novo.
Minha Opinião:
O texto de Buddy Levy
pode ser descrito como um romance histórico que relata o período desde o
imediato do desembarque de Hernán Cortez na costa mexicana até a conquista da
cidade do México. A leitura é agradável e politicamente correta o que lhe
retira toda a capacidade de crítica sobre os eventos. Em muito momentos faz
adjetivação negativa da ação dos espanhóis, mas é benevolente com a carnificina
praticada pelo mexicas para dominar e submeter os outros povos da região. Os
mexicas são tratados como angelicais, desprotegidos, e como se tivessem direito
a não serem incomodados em seus territórios e em suas práticas violentas de
submissão dos outros povos! Em nenhum momento o autor se questiona que seria
absolutamente impraticável a manutenção do desenvolvimento isolado das
civilizações existentes no continente americano. Que não havia absolutamente
nenhuma harmonia com a natureza! Que não eram angelicais, que não tinham
direito inquestionável sobre a terra que habitavam e exploravam, e que foi
exatamente a sua violência e a forma violente de civilização que instalaram que
desencadeou a sua ruina! O livro vale a pena, é muito bom, mas muito inferior
criticamente ao livro de Marcus Vinícius de Moraes.
A
Conquista do México
Velásquez Governador
Geral de Cuba, e em muitas ocasiões um caudilho violento e prepotente, resolve,
após o fracasso de várias tentativas de desembarque no que conhecemos hoje como
México, enviar um de seus desafetos, um destemido militar conhecido como Hernán
Cortez em 23 de outubro de 1518! A expedição apenas deixaria a ilha em
fevereiro de 1519, tendo por Capitão Geral Cortez, que ao conseguir desembarcar
e fazer uma aliança com o povo de Zempoala, funda uma cidade, chamada por ele
Villa Rica, o que lhe desvinculava de Velázquez e legitimava sua pretensão de
estabelecer-se sobre as novas terras como Governador Geral com pouco mais de
500 soldados espanhóis. Com Jerónimo de Aguillar padre que vivera entre os
índios por mais de nove anos e com Malinche, vai com esperteza militar e grande
capacidade de liderança e administração, construir alianças que lhe permitirão
com os seus 500 homens e 12 cavalos, derrotar vastos exércitos indígenas,
desacreditados por lideranças entorpecidas por uma civilização fulcrada no
sacrifício humano. Conquistou a capital Mexica no final de maio de 1521, a
cidade de Tenochtitlan que foi sitiada durante 75 dias pelas tropas de Cortés.
Após a captura e morte do último rei asteca Cuauhtémoc que náo aceitou a
rendição tendo preferido fugir da cidade, quando foi preso pelas tropas de
Cortez, viveu ainda 5 anos, tendo sido morto após a tentativa de revolta contra
os espanhóis e de nesta pretender o assassinato de Cortez!
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