Escrevo
porque não posso gritar,
Não
tenho pulmões que bastem,
Para
dizer tudo que sinto, a angústia que tenho,
A
vontade de sair, desesperadamente,
Ao
encontro de minhas verdades,
De
olhar-me desnudado no espelho do tempo,
Com
todas minhas feiúras, com todas minhas desditas...
Escrevo
porque preciso dinamitar as torres,
Interromper
os fluxos de mentiras que me cercam,
Que
limitam cada coisa a ser dita e acreditada!
Escrevo
porque sou impotente, tão impotente,
Que
continuo existindo de maneira mesquinha,
Apesar
de conhecer todos os abismos que me fazem!
Escrevo
porque há em mim um outro, estranho outro,
Que
não consegue dialogar com o mundo, nem com o outro,
A
não ser pela violência das palavras!
Escrevo
para esquecer que minha pequenez me devora,
Fazendo-me
precipitar-me num vazio infinito,
Que
apenas é mitigado pelo ato de escrever o que sinto!
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