Espaço de sentir e pensar de Laércio Lopes de Araujo

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Plasticidade do Tempo






O tempo é grandeza que não se mede com régua,
Porque se de ti estou próximo, voa,
Se de ti me afasto, se arrasta.

O tempo se deforma conforme o sentimento,
Que embala meus sonhos, que ampara meus pensamentos,
Que faz de mim desamparado, sempre que de mim não te acercas!

O tempo é como uma neblina densa, que não permite,
Ver para além de um palmo da ansiedade que sinto,
De estar todo o tempo contigo, nenhum tempo afastado!

Assim, sinto o tempo que demiurgo criou,
Como deus, como Cronos, para fazer-nos intuir,
A bem-aventurança do amor, a tortura da solidão!

Mas se no tempo que medeia, entre o adeus e o reencontro,
Medrar em teus lábios, um sorriso esconso,
Saberei então que clepsidra segue, até nosso novo encontro!

E o tempo é também generoso, porque sempre avança,
Não há temor de que pare e nos deixe em abandono,
E de toda forma hei de ir ao seu encontro, hoje, amanhã, depois...

Mas, se a ansiedade da distância toldar-lhe o cenho,
Não entristeças meu amor, saberás que vou ao teu encontro,
Pois os dias conspiram a nosso favor, e hei de estar de novo,
Determinado pelo teu encanto, a vencer o tempo. Quanto tempo...

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