Espaço de sentir e pensar de Laércio Lopes de Araujo

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Paz






Paz, que paz posso ter, se há em mim,
Uma paixão devoradora pelo existir?
Paz, que paz pode haver, se a angústia de viver,
Marca como metrônomo cada momento por vir?

Encontro paz quando me faço compreendido,
Mas saberei fazer-me compreender?
Como entender amor sem haver doação,
Como entender o dar, sem o haver que receber?

Paz, que paz podes desejar-me se nesta,
Há antes de tudo o dar-se sem esperar?
Paz, que paz posso sofregamente desejar,
Sem a esperança de poder realizar-se...?

Se a paz no mundo, se a paz se resume,
Aos espaços entre os lençóis, molhados,
Manchados, sofregamente afastados,
No momento seguinte ao gozo...

Se a paz, é virtude vivida, sentida,
Quando o silencio resume todo o sentido,
Entre dois corpos que existem, apenas,
E tão somente, para se amar...

Se a paz é momento de sofreguidão,
De busca incansável do cheiro do outro,
Do gosto do outro, da ternura, do sentido,
Está, então, na cabeça deitada sobre o peito!

Assim, é a paz, espaço de tempo,
Tão tênue, quanto suas possibilidades,
Porque só pode ser verdadeira, entre...
Existentes que saibam se amar!

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