Acreditamos
sempre,
Ingenuamente,
que temos,
Sempre tivemos,
Uma razão
de ser,
Buscamos desesperadamente,
Em nossa
pequenez,
Em nossa
insignificância,
Um motivo
qualquer,
Qualquer motivo,
Que nos
faça especiais,
Que nos
faça objeto da graça,
Que nos
faça objeto da ira,
Que nos
faça objeto da bênção,
Ou ainda,
objeto do castigo,
Como se
fôssemos realmente,
Pensados,
desejados.
Não, nossas
mesquinhas vidas,
Não têm
objetivos,
Não têm
sentido,
Não têm
qualquer razão,
Para o bem,
para o mal,
Somos tão
insignificantes,
Que buscamos,
Incansavelmente
nos diferenciar,
Fazer a
diferença,
Amar, ser
amado,
Escrever,
ser lido,
Fazer coisas
excepcionais,
Para simplesmente
ser admirados,
Mas tudo
isso é vão,
Tudo isso é
inútil,
Porque no
final das contas,
No balanço
diário,
Encontramo-nos
cercados,
De nossa
mediocridade,
De nossa
desimportância,
Tão devastadora,
Que temos
que projetar,
Fora de
nós, tudo que cremos,
Seja bom,
especial,
Honesto e
honroso,
Em nosso
existir!
Imploramos
a graça,
De sermos
amados por nós mesmos,
Imploramos a
graça,
De alcançar
objetivos,
Mesquinhos,
Pequenos,
Insignificantes,
Que só
fazem sentido em nossa,
Deslumbrante
estupidez,
Mas que
projetamos,
Como se
fossem graças,
Bênçãos,
reconhecimentos,
De um
outro, fora de nós,
Que nada
mais é,
Que a
projeção vazia,
Impiedosa de
nós mesmos.
E isto é o
resumo,
De tudo que
sentimos,
De tudo que
imploramos,
É o resumo,
desta pequenez,
Que se
reduz a nada,
Sempre no
desespero,
Da solidão,
Da singularidade,
Da nulidade,
Que encontramos
ao olhar,
Profundamente,
nos olhos,
Que miramos,
Quando olhamos
o espelho.
Talvez por
isso,
Percamos tão
pouco tempo no espelho,
Porque talvez,
tenhamos muito...
Muito medo
do que podemos ver...
E descobrir,
Que não há
razão de ser,
Mas mera
expectativa de existir,
Pouco mais,
do que um nada,
Pouco mais,
que uma insignificância!
Não há
razão,
Não há
motivo,
Não há
futuro,
Além do
imediato,
Além do
agora,
Além do
sentimento de abandono,
Que se
perpetua,
Todos os
dias,
Que temos a
coragem,
De olhar no
fundo dos olhos,
Da imagem
que nos inquire,
Sobre a
razão, que é...
Desrazão!
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