Espaço de sentir e pensar de Laércio Lopes de Araujo

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Lógica do Erro





Errei, será?
Imaginei que pudesse me amar,
imaginei que pudesse importar-se comigo,
imaginei que fosse possível começar,
como tudo que começa,
sem destino,
sem tempo,
sem pressa,
sem deveres.

É, errei, parece...
mas terei errado de fato?
Apenas por ter te desejado,
sem outra razão que
ficar deslumbrado com tua beleza,
com tua elegância,
com teu sofrimento,
com tua leveza,
com teu carinho.

E se errei, por que errei?
Errei porque me encantei com teu olhar,
porque me encantei com a delicadeza,
de tudo que te cerca,
de tua forma bela e doce,
de agradecer cada coisa,
de agradecer cada mimo,
de agradecer cada promessa,
será que tudo que te cerca,
será que tudo que fazes,
será que tudo que ouves,
será que tudo que guardas,
não merece de mim,
como do mundo,
a mais plena admiração.

Talvez, com certeza,
pode ser, que errei?
Se apenas pude,
indefeso,
inerme,
vencido,
prostrado,
reconhecer que sois
uma deusa,
que arquitetas ideias,
arquitetas pensamentos,
arquitetas sentimentos,
arquitetas o mundo,
onde prende, com encantamento,
todo o incauto mago,
que de ti recebe sua magia.

Errei, erraria de novo,
e mais uma vez,
e talvez nunca aprendesse,
que és incapaz de amar-me,
porque a lógica do erro,
é apenas e tão somente errar,
sem o qual, não seria erro,
mas um simples engano,
sem nenhuma das belezas,
que erro encerra em si,
beleza esta que se resume,
em dizer que nos apaixonamos,
antes que o outro se apaixone,
em dizer o que sentimos,
antes que os outros se convençam do que sentem,
em dar tudo de nós,
antes que o outro sequer perceba que pode dar,
qualquer coisa,
alguma coisa,
muita coisa,
coisa alguma,
apenas por amar!

A lógica do erro,
é então,
errar,
tão simplesmente,
como um beijo negado,
como um olhar desviado,
como um recado não respondido,
como uma lágrima triste,
solitária,
abandonada, sem mão,
que a colha de maneira suave,
tão suave,
que apenas molhe a mão,
restando a face seca,
enxugada pelo amor,
que ao recolher a lágrima,
deixa a ternura.

Errei,
tantas vezes,
e tantas vezes continuo a errar,
que já não me preocupo com o erro,
mas com a possibilidade de deixar de errar,
o que seria, tão e tão somente,
morrer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sentir, Pensar, Expressar! A Intenet tornou possível a qualquer homem, a qualquer mulher, expressar tão livremente seu pensamento e seus sentimentos, quanto o são em realação ao seu existir! Eis o resultado!