Espaço de sentir e pensar de Laércio Lopes de Araujo

segunda-feira, 23 de abril de 2012

O Rei e seu pedido de desculpas!



O que representa um Rei? Representa uma tradição, incorpora em sua função algo que atravessa o tempo histórico, mantendo a unidade na diversidade. Não à toa podemos dizer: O Rei está morto, Viva o Rei!
Recentemente o Rei de Espanha Juan Carlos I foi fazer uma temporada de caça de elefantes em Botswana, Estado no sul da África, onde a caça é permitida e faz parte da indústria do turismo local, levando riqueza e melhorando os índices econômicos de um lugar esquecido no mundo. Lá, por conta própria, às espenças de sua riqueza pessoal, praticou o esporte, que apesar de toda minha indiferença plebeia e burguesa, é o esporte dos reis e nobres.
Destino cruel, os reis são como so plebeus, apenas humanos, e ao cair de uma escada fraturou a cabeça do femur. A mídia histérica fez todas as reprovações possíveis ao Rei, como se um Rei pudesse ser reprovado e abestalhado pela mídia. Conseguiu um mea culpa, discreto e honrado! Os espanhóis então o teriam perdoado numa proporção de 70,3%.
Perdoem-me os falsos democratas, os demagogos de plantão os estúpidos vigilantes da história, mas o Rei não tem que ser perdoado pelo seu povo, deve ser amado por suas qualidades, tolerado em suas faltas, e limitado em seus abusos. Mas ele não pode ser responsabilizado por seus atos, porque incorpora a soberania.
Dizer que 52,8% não vêm o pedido de desculpas como suficiente para o resgate do prestígio da casa real espanhola é uma estultice, é fazer pesquisa sobre o que não faz o menor sentido pesquisar, a não ser para a própria casa real saber sobre sua popularidade!
A Monarquia é o sistema de governo onde a identidade nacional é galavanizada por uma continuidade histórica, onde a existência clara de estamentos privilegiados impede os abusos e locupletamentos travestidos de democracia e igualdade!
Mesmo Luis XIV não pode legitimar seus filhos havidos fora do casamento, não porque a Igreja não permitisse, mas porque as leis fundamentais do reino incorporadas no saber popular não o permitiriam.
Carlos Magno somente editava Capitulares, que lhe saiam pela cabeça, quando reunidos todos os nobres, pares e representantes de ofícios do reino, porque se assim não fosse, tal capitular seria inaplicável, e isso, estamos falando do século VIII.

Joaquim Nabuco quando da proclamação da República permaneceu convicto e intransigente monarquista porque percebia a avidez, a insensatez, a busca desenfreada de poder, de privilégidos daqueles que se diziam republicanos! A república exige homens mais sérios, mais desprendidos, mais nacionalistas, mais confiantes na democracia, do que aqueles que podemos ter, por nossa infância nacional. O estadista do Império só voltou a servir ao Brasil a pedido do Barão do Rio Branco e porque sempre vislumbrou a perspectiva do retorno da dinastia, que uma ditadura militar limitada e machista impediu de se firmar como a forma própria, particular e respeitada de governo no Brasil.
Dilma não é a primeira governante brasileira mulher, muito antes dela Dona Izabel de Bragança governou este imenso país com sabedoria, com firmeza e capacidade, num tempo em que D. Pedro II não chegava nem perto da popularidade midiática de Lula, como padrinho!
As dificuldades econômicas da Espanha não decorrem das férias do Rei em Botswana, mas de um desejo incontido do povo espanhol de que o Estado lhe proporcione todas as necessidades e ao mesmo tempo, cobre poucos impostos.

Que a bandeira do Império, mutilada, que tremula ainda, por vontade do povo, seja a marca de resistência dos brasileiros que não querem que este imenso, belo e impertérrito país sucumba às falsas moralidades demagógicas de um República, que de república só tem o nome!


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sentir, Pensar, Expressar! A Intenet tornou possível a qualquer homem, a qualquer mulher, expressar tão livremente seu pensamento e seus sentimentos, quanto o são em realação ao seu existir! Eis o resultado!