Hoje num texto absolutamente brilhante, Luiz Felipe Pondé, texto publicado
na Ilustrada da FOLHA, faz uma afirmação
que não pode ser esquecida por nenhum homem ou mulher de bom senso e de boa
vontade! Vamos pensar:
“Estou convencido de que pessoas sem algum vício terrível
permanecem em alguma forma de infância moral. Apenas quem perdeu qualquer
esperança de ser virtuoso deveria falar sobre moral. Pessoas sem vícios falando
sobre moral é como virgens dando aula de sexo.”
Realmente, a infância moral é aquela marcada pela incapacidade de
compreender a humanidade do outro, é a horrível convicção de que se é um ser
virtuoso. Ora, como alguém virtuoso pode falar sobre moral?
Deus, em última análise se fez homem para saber o que era fome,
frio, raiva, tesão, revolta, calor, cansaço, posto que em Deus nada falta. Por
que haveria de existir um homem tão virtuoso que pudesse falar de moral?
Desta forma concordo que, alguém sem vício, é como uma virgem
falando de sexo, além de não saber absolutamente do que está falando, repete
tal qual papagaio um monte de estultices acríticas, repetidas sem nenhuma
reflexão, empobrecidas e envilecidas pela certeza de que aquilo é a mais
legítima verdade.
Como diz o filósofo na FOLHA: “Apenas quem perdeu qualquer
esperança de ser virtuoso deveria falar de moral.”
Como perdi tal esperança a muito tempo, mas ainda me acredito
demasiado humano, nem mesmo assim me atrevo a falar de moral, porque todos os
que vi falar dela não passam de brilhantes, espetaculares hipócritas cuja
motivação está muito longe do sonhado paradigma kantiano de universalização dos
valores.
Prefiro os pecadores porque humanos, aos puros, porque com
certeza, muito mais próximos do inferno. Como diria Sartre: “O Inferno são os
Outros!”.
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