Espaço de sentir e pensar de Laércio Lopes de Araujo

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Apenas quem perdeu qualquer esperança



Hoje num texto absolutamente brilhante, Luiz Felipe Pondé, texto publicado na Ilustrada da FOLHA,  faz uma afirmação que não pode ser esquecida por nenhum homem ou mulher de bom senso e de boa vontade! Vamos pensar:

“Estou convencido de que pessoas sem algum vício terrível permanecem em alguma forma de infância moral. Apenas quem perdeu qualquer esperança de ser virtuoso deveria falar sobre moral. Pessoas sem vícios falando sobre moral é como virgens dando aula de sexo.

Realmente, a infância moral é aquela marcada pela incapacidade de compreender a humanidade do outro, é a horrível convicção de que se é um ser virtuoso. Ora, como alguém virtuoso pode falar sobre moral?
Deus, em última análise se fez homem para saber o que era fome, frio, raiva, tesão, revolta, calor, cansaço, posto que em Deus nada falta. Por que haveria de existir um homem tão virtuoso que pudesse falar de moral?
Desta forma concordo que, alguém sem vício, é como uma virgem falando de sexo, além de não saber absolutamente do que está falando, repete tal qual papagaio um monte de estultices acríticas, repetidas sem nenhuma reflexão, empobrecidas e envilecidas pela certeza de que aquilo é a mais legítima verdade.
Como diz o filósofo na FOLHA: “Apenas quem perdeu qualquer esperança de ser virtuoso deveria falar de moral.”
Como perdi tal esperança a muito tempo, mas ainda me acredito demasiado humano, nem mesmo assim me atrevo a falar de moral, porque todos os que vi falar dela não passam de brilhantes, espetaculares hipócritas cuja motivação está muito longe do sonhado paradigma kantiano de universalização dos valores.
Prefiro os pecadores porque humanos, aos puros, porque com certeza, muito mais próximos do inferno. Como diria Sartre: “O Inferno são os Outros!”.

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