Ballade
Je maudi l´eure et le temps et le jour
la semaine, le lieu, le mois, l´annee
et les
.II. yeux don’t je vi la douçour
de ma
dame, qui ma joie a fine.
Et si
maudi mon cuer et ma pensee,
ma loiauté,
mon desir e m´amour
et le
danger qui fait languir em plour
mon
dolent cuer em estrange contree.
Et si maudi l´accueil, l´attrait, l´atour
et la regart don’t l´amour engendree
fu en mon cuer, qui le tient en ardour,
et si
maudi l´eure qu´elle fu nee,
son faus semblant, as fausseté prouvee,
son grant orgueil, sa dourté ù tenrour
mon dolent cuer en estrange contree.
Balada
Maldigo
aquele tempo encantador,
a hora,
o dia, o mês, o ano, o lugar
e os
olhos que mostraram-me o dulçor
daquela
que pôs fim ao meu folgar.
Maldigo
ainda meu peito e meu pensar,
minha lealdade
e meu desejo e amor,
e o
receio que faz languir em dor
meu
pobre coração longe do lar.
E
maldigo a atração, o azo, o favor
e aquele
olhar que fez o amor brotar
no peito
meu, e lhe conserva o ardor;
maldigo
a hora que viu seu chegar
ao
mundo, e a hipocrisia, o lisonjear,
o
orgulho e essa dureza sem candor
nem
piedade, que traz em tal langor
meu
pobre coração longe do lar.
Poema de Guillaume de Machaut
(1300-1377)
Tradução de José Jeronymo Rivera
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sentir, Pensar, Expressar! A Intenet tornou possível a qualquer homem, a qualquer mulher, expressar tão livremente seu pensamento e seus sentimentos, quanto o são em realação ao seu existir! Eis o resultado!