Chove

Chove, chove a cântaros

meu coração se agita

ao som das gotas que açoitam o vidro

tua falta, a cada gota

aumenta mais minha solidão

solidão que lacera,

solidão que perturba,

solidão que na ausência,

no silêncio, grita!

Chove, chove muito lá fora,

mas chove igualmente cá dentro,

lembrando cada momento,

lembrando cada história

vivida em tanto tempo

em tão pouco tempo,

em instantes

que de tão fragmentários

perdem-se agora e sempre!

Mas não em mim,

não em minha solidão

sempre plena de tua falta

que só se preenche

na tua presença

na tua pertença

no momento

que a lembrança se faz realidade

estou cá, chovendo

esperando que tu, como Sol

brilhe, soluce, preencha,

minha solidão com meu transbordar

dentro do oceano que és

e que faz de mim, mera falta,

Sem Você!