O motoristo, após desviar de uma manobra
imprudente de um motociclisto, estaciona seu veículo no posto de combustível e
pede à frentista para encher o tanque de álcool combustível, porque acredita
que assim faça o país economizar alguns dólares.
Conversa animadamente com esta sobre a relevante
lei, recentemente publicada, ainda mais agora que ele havia concluído o curso
de jornalismo. Ficou muito feliz com a edição da Lei 12.605 de 3 de abril de
2012, que obriga as faculdades a flexionar o gênero nos diplomas universitários,
obrigando inclusive sua reemissão quando anteriores à lei.
Tão relevante a lei, que como bons cidadãos
passaram a aplicar o princípio que ela tão preclaramente instituiu, que
resolveram aplicar o princípio ali tão sabiamente insculpido a todo o mundo,
vasto mundo, à sua volta. Assim, não sou mais motorista, disse o motoristo, e
fico mais a vontade de chamar-lhe frentista porque é mulher, ao que esta acedeu
e agradeceu pelo reconhecimento de seu gênero!
Quando foi pagar, perguntou ao caixo se ele tinha
troco, ao que este respondeu muito educada e assertivamente que não, pelo que
pedia desculpas, mas o balconisto da loja ao lado com certeza o ajudaria.
Ao chegar à loja ao lado, atendeu-lhe sorridente o
balconisto, que agora tinha reconhecido sua dignidade de gênero. Disse-lhe que
o dono, o Sr. Mário, contabilisto formado também estava muito feliz com a
inovadora e indispensável lei recentemente publicada, porque agora não iria
mais enganado a urologistas. Riram a velas despegadas, porque agora só iriam em
Urologistos, coisa mais conforme ao gênero masculino.
Trocado o seu dinheiro, pagou o devido ao caixo,
entrou em seu carro e dirigiu-se à sapataria. Lá pegou um sapato que havia
deixado para concertar com a sapateira, que estava algo amuada, o que lhe fez
perguntar – o que está lhe afligindo senhora sapateira?
Ao que esta esclareceu que estava com muita dor de
dente, e que precisava por tal ir ao seu dentisto. Ao que todos se regozijaram
pela existência de tão preclara lei que não permite a confusão dos gêneros.
Pego os sapatos, foi ter com o Ginecologisto de
sua marida, porque com certeza, qualquer diferença de tratamento é uma
inaceitável ofensa de gênero, e o feminino de marido, só pode ser marida.
Ficou então sabendo que sua família aumentaria com
o que lhe disse o ginecologisto, na medida em que sua marida estava grávida e
que haveria de ter uma bebê ou um bebô em 7 meses.
Preocupado começou a pesquisar a possibilidade de
contratar uma babá ou mesmo um babô para cuidar da bebê ou do bebô que tão logo
chegaria. No entanto, outro problema se avizinhava com mais urgência, o
ginecologisto lhe indicou um anestesisto que não recebia pelo plano de saúde,
daí que ele teria que começar a pensar nos recursos necessário para o pagamento
da equipe ou do equipo hospitalar.
Foi conversar com um amigo que o levou a um banco
onde tinha conta para falar com a gerenta de sua conta, para prevenir despesas
imprevisíveis.
Havia na sua frente, ao chegar para falar com a
gerenta, um casal de jovens, ele músico, ela música. Ele tocava flauto doce, ou
seja, era orgulhosamente flautisto e ela tocava violina, e por tal uma
violinista.
Atendido o jovem e gracioso casal de musicisto e
musicista, atendeu-o sorridente a gerenta que imediatamente deu solução ao seu
problema, faltando apenas para concluir as tratativas a assinatura da gerenta
de departamenta de emprétimas para liberar o crédito na hora do parto, que ele
ficou em dúvida se não seria parta, porque afinal de contas quem iria parir era
sua marida.
Dalí saiu mais aliviado e lembrou que deveria
passar em seu otorrinolaringologisto, que ao saber da boa notícia deu-lhe os
parabéns. Constatou este, porém, que em função de um erro de mastigação
precisava o nosso herói brasileiro do atendimento e da ajuda de um fisioterapeuto
e também de um terapeuto especializado na fala, e novamente o afligiu a dúvida,
se a fala era dele, e ele era homem, não seria um terapeuto do falo. Mas como
isso lhe soou algo suspeito, abriu uma exceção e manteve a fala em sua condição
feminina, apesar de ele, muito ao contrário do que se possa pensar, tenha uma
voz bem grossa, digna de um macho, apesar de não saber se se tivesse a voz fina
ela fosse macha! Mas deixa pra lá, as leis transformam o mundo, e nem tudo se
dá num passe de mágica, ou de mágico.
Tudo certo e indicado os profissionais, ao voltar
ao seu veículo percebeu que houvera sido multado pelo guardo de trânsito por
ter excedido o horário de permanência na vaga pública. Incansável em seu
otimismo e cumpridor das leis, dirigiu-se ao guardo de trânsito que lhe
orientou dirigir-se ao departamento de trânsito para resolver o problema. Lá
chegando encontrou uma agenta de trânsita muito atarefada, mas que ao perceber
a postura muito adequada e politicamente correta do motoristo o atendeu
sorridente e regularizou seu estacionamento.
Saiu dalí e foi para casa ver sua querida marida,
que estava grávida. Ao chegar viu que saia de sua casa o eletrecisto que acabara
de fazer um reparo a seu pedido, com o que pôs-se imediatamente a saldar o
serviço, não antes de verificar se todos os impostos estavam ali adicionados, o
que fez acrescer o valor contratado em pouco mais de 40%, o que não o
preocupava, já que um Estado que editara uma lei tão importante, merecia toda
consideração na ora de pagar tributos, e eram tributos porque era ele que
pagava, se fosse sua marida seriam tributas.
Beijou com ternura sua marida ao chegar em casa, e
orgulhou-se de ver pendurado na parede seu recém conquistado diploma de
JORNALISTO, que havia conquistado com muito labor. Abençoou a Deus morar num
país como o Brasil onde a presidenta vela por todos os indigentes e indigentas,
preocupando-se até com seu gênero, sem o que ninguém se preocuparia.
Dormiria com o consciêncio tranquilo, porque tinha
certeza que em Brasília havia uma presidenta que protegia a todos de todos os
males.
Pediu enfim à marida que lesse para ele um trecho
da Bíblia que lhe havia comprado com tanto orgulho e carinho, bíblia
absolutamente correta, que falava da Deusa mãe, da deusa filha Jesusa e da
deusa Espirita Santa, bem como de Nosso Senhor pai virginal.
Dormiu como um justo. Tudo estava perfeito. Melhor
perfeito e perfeita!
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