Recebi um comentário
que muito me orgulha, de um amigo
especial, que vale a pena ser publicado. Ser politicamente indesejável e
incorreto, é admitir que nossas opiniões não podem ser levadas a sério de forma
radical e inafastável, nem por nós mesmos. Já fui acusado de cético e liberal.
Uma acusação plenamente verdadeira, o que longe de me ofender, confirmou minha
coerência! Na origem, os liberais radicais estão à esquerda da esquerda que
conhecemos como marxista, o que faz os liberais a vanguarda do pensamento
humano, e os marxistas de plantão a vanguarda do atraso!
Comentário do meu amigo
Sandro Ferreira Pinto:
Politicamente
indesejável amigo Laércio Lopes de
Araujo, essa também foi a minha conclusão. Perguntaram porque eu não
havia criticado a decisão do Supremo (já que reclamo de tudo e sempre fui
contra as cotas raciais) e a minha resposta foi essa: o problema não é
jurídico, mas antes politico. A tênue linha que distingue o judiciário do
executivo/legislativo parece-me ser suficiente para sustentar a
"juridicidade" da decisão do Supremo (sem enfrentar os argumentos dos
votos claro). A decisão do legislador para mim é absurda, mas para ser inconstitucional
precisaria trazer um critério que, em abstrato, fosse EVIDENTEMENTE
desproporcional. E essa constatação, em abstrato, é difícil, pois o fundo
histórico é verdadeiro.O problema, para mim, e na linha do que tu disse, é da
dupla consequência: (1) Inconstitucionalidade no caso concreto (aí sim caberia
intervenção judicial legítima), pois teremos, como já vi, dois irmãos, um
branco como papel e outro afro, um com direito e outro não. (2) O pior, porque
aqui não há solução, a colocação de fator racial num país como o Brasil, em que
o fator de conflito é eminentemente social. Qual o avanço político e social
para o Brasil, nesse tempo histórico, trazer essa separação entre negros e
brancos. Se critérios diferenciados devem exisitr, que sejam com base em renda,
em escolaridade pública, mas não pela cor do indivíduo. Porque rico no Brasil,
não importa a cor, o time ou o sexo, é sempre bem tratado! Existe preconceito
contra negros? Sim, claro, como existe contra mulheres, como existe contra
homossexuais (em infinita maior escala), contra os feios, contra os gordos,
etc. e a pergunta a ser feita é qual o meio de se combater isso? Será com o
imediatismo cotista?. Ou seja, para invalidar a Lei, o Supremo teria que,
indevidamente, entrar no mérito do ato legislativo, como já fez outras vezes,
mas aqui resolveu seguir sua função institucional. E se o problema é político
meu caro, o julgamento é na urna e não no Supremo!Triste é ver o meu querido
Partido dos Trabalhadores cada vez mais perdendo a identidade. abs!
O reconhecimento e o
respeito de quem, por ele e com ele, tem respeito pelo pensar doloroso, tem
respeito pela alteridade e pela diversidade, sem sucumbir à estupidez!
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