Sinopse:
'Para viver um grande amor' alterna poesia e
prosa. As crônicas retratam o cotidiano e os poemas tomam para si a tarefa da
crônica e, então, surgem experiências como 'Feijoada à minha moda', 'Olhe aqui,
Mr. Buster' e 'Blues para Emmett Louis Till'. O volume abre com um caderno de
imagens que reproduz originais de Vinicius e fotografias que tentam recriar o
universo afetivo do livro. Um posfácio do ensaísta Francisco Bosco, escrito
para esta edição, lança um olhar sobre a obra, ao passo que a sessão 'Arquivo'
recupera textos como a crônica em que Carlos Drummond de Andrade fala da noite
de autógrafos do livro.
O que penso:
Realmente o que faz uma obra um clássico, é
tornar-se atemporal, é ter a capacidade de falar a qualquer interlocutor, em
qualquer tempo em qualquer lugar, entre os nossos poetas, Vinícius de Moraes é
sem dúvidas um dos expoentes maiores, principalmente por ter sentado no Garota
de Ipanema e ter vivido e cantado tudo de belo que a Guanabara tem e é.
Para percebermos o quanto tem de sentido na prosa
e na poesia de Moraes neste livro, basta que estejamos sentados na esquina das
ruas Vinícius de Moraes e Prudente de Morais! Com certeza o local onde as
mulheres mais belas do mundo desfilam ao som do mar e do azul do céu profundo
de Ipanema, com o Cristo Redentor e o Pão de Açucar a testemunhar a eternidade
do tempo e do lugar!
Vale a pena ler sempre, em qualquer lugar, para
não esquecer, porque o poeta é antes de tudo, o inspirador da vida!
Ainda não a li mas assim que o faça tecerei meu comentário específico, já sabendo que tratando-se de um mestre da alma só pode ser uma obra encantadora.
ResponderExcluirApenas como outro encanto ilustro outro mestre, um clássico.
DL
Amor é fogo que arde sem se ver
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís de Camões