Muitas vezes nos perguntamos por que há
um crescimento vertiginoso da violência na escola?
Quino nos aponta uma resposta:
Mais que isso, havia em tempos passados
muitos mecanismos para que se desse conta da vazão absolutamente natural do
período da adolescência por violência. Podíamos jogar futebol na rua, bets, voley, podíamos inclusive
andar de bicicleta, sentar na beira da calçada para tomar picolé! Hoje, não
podemos sair à rua sem o medo de violência, do adulto; não podemos sair porque
temos computadores, videogames, televisores e muitas outras coisas que nos
isolam num mundo absolutamente artificial, sem qualquer contato com o Outro
real. Nossos contatos, pobres e fortuitos se fazem por meio de teclados,
monitores, tablets, smartphones, enfim, por meio de um aparato tecnológico que
ao aproximar-nos virtualmente, multiplicam nossas distâncias reais.
Daí que o único espaço verdadeiro de
convivência é a escola, onde naturalmente a violência deverá manifestar-se para
que possamos crescer um pouco mais saudáveis. Assim, a violência não é
propriamente uma anomalia, mas um desvio do desenvolvimento natural para
espaços contidos. As meninas, cada vez mais violentamente empurradas para
comportamentos masculinos, começam a representar um problema, na medida em que ao
mimetizarem o desenvolvimento do menino, perdem seus referenciais biológicos e
passam a ser ainda mais violentas que seus pares masculinos. Daí o que é que
esperamos de uma civilização que restringe o espaço de convívio a espaços cada
vez mais estanques, e com contatos cada vez mais mediatizados por uma
tecnologia que nos torna ainda mais estranhos ao Outro? Este Outro que é necessariamente parte de nós mesmos!
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