Espaço de sentir e pensar de Laércio Lopes de Araujo

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Estou lendo, porque não consigo parar de ler!



Este livro constitui uma valiosa contribuição à relativamente nova corrente da história agrária brasileira que busca recuperar o papel das classes subalternas na construção do Estado nacional e desafiar a visão tecida pela historiografia tradicional em torno dos 'fundadores do império' e da insignificância dos movimentos populares nesse processo. Desafia também as explicações centradas na (antiga) história das mentalidades, que tratam como problemas culturais o que na realidade são enfrentamentos práticos e conscientes que denunciam condições de grande injustiça social. O estudo da autora inserta o movimento do Quebra-quilo na longa corrente de rebeliões dos anos da Regência, as quais, na segunda metade do século XIX, convertem-se em manifestações de resistência ao Estado Nacional e de revolta contra medidas que, sem bem atendiam a uma lógica de 'modernização' do aparelho administrativo e bélico do Império, ignoravam direitos consuetudinários que estavam no centro da organização social das comunidades de agricultores pobres livres do interior.

Meu comentário:

Concluída a leitura dos livros anteriores, começamos a deste livro muito interessante:
O texto faz uma análise importante dos acontecimentos de 1874-1876, porém, inteligentemente, numa relação dialética com o primeiro reinado, a abolição do tráfico de escravos em 1851, e a evolução do império enquanto nação em construção e suas visões a partir da elite política, com a cabeça na Europa do novecentos, a eleite econômica, ainda com a cabeça no mercantilismo português do seiscentos e a população com sua fidelidade dividida entre jesuítas - e seu jacobinismo disfarçado - e os capuchinhos como elemento de integração entre a população pobre e a autoridade estatal. Um livro brilhante e inteligente. Indispensável sua leitura para a compreensão de um período histórico rico do Brasil!

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