(em 2007 STF já queria aliviar para José Dirceu e o PT)
Estamos assistindo a dissensos importantes entre Joaquim Barbosa e
Ricardo Lewandowski sobre fatos que, em princípio, ou aconteceram ou não
aconteceram.
O contraditório é a alma do processo quando fundamentado na ampla
defesa e no devido processo legal, assim os desacordos entre relator e revisor
não deveriam atrapalhar nem comprometer o julgamento do Mensalão.
Infelizmente Joaquim Barbosa, que é o relator, tem sido duro com
os réus, mas o lamentável é ser duro e destemperado com seus pares. Diz
Melchiades Filho na FOLHA de hoje: “Sua decisão de fatiar o exame do caso
facilita a compreensão do esquema criminoso. Quem jogava na confusão ficou
desesperado; quem insistia na tecla de que o mensalão não passava de uma "farsa"
foi exposto ao ridículo.”
Porém, ao ter atuado como juiz instrutor e ter buscado provar que
existem provas, de sobra, do desvio de dinheiro público, seja para o
enriquecimento ilícito, seja para a compra de apoio político ao governo Lula,
corre o risco de ter melado todo o processo.
Já Ricardo Lewandowski, o revisor, tem recebido críticas por
ignorar conclusões da PF e dar excessivo crédito aos testemunhos de
correligionários dos réus, o que lhe tem valido críticas que são acertadas
porque já fica clara a falta de isenção e a imparcialidade, necessárias àquele
que é julgador.
Apesar das divergências de Lewandowski serem ponderadas e ser
importante seu alerta para que ritos e direitos não sejam atropelados, tais
mecanismos têm sido utilizados como instrumentos da defesa, o que não é
admissível.
Podemos dizer com Melchíades Filho que: “Barbosa se contrapõe a
quem aposta na impunidade, e Lewandowski, aos que anseiam pelo linchamento
geral e irrestrito.”
O problema é que um e outro estão agindo com a imparcialidade
ferida, que um e outro estão agindo com o decoro por um fio, que estão
infelizmente teatralizando demais o que é, antes de tudo, um julgamento do
esquema de corrupção mais escabroso de nossa história.
Ambos fariam melhor se, como fizeram em julgamentos midiáticos, de
cotas, onde a corte feriu de morte o artigo 5º da Constituição, ouvissem a
opinião pública, não é? Se a resposta foi negativa, há algo de errado no
Supremo, e como eu responderia negativamente, percebo, de maneira clara que a
nossa Corte Suprema está sem rumo!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sentir, Pensar, Expressar! A Intenet tornou possível a qualquer homem, a qualquer mulher, expressar tão livremente seu pensamento e seus sentimentos, quanto o são em realação ao seu existir! Eis o resultado!