Espaço de sentir e pensar de Laércio Lopes de Araujo

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Evolução econômico-social e Eleições




A Gazeta do Povo deste domingo fez um trabalho interessante e esclarecedor sobre o aspecto social e econômico da Eleição que se avizinha para Prefeito e Vereadores.
Segundo a constatação do diário paranaense, a Classe Média emergente apesar de representar quase três quintos da população, revelam que estão pouco interessados nas eleições deste ano, como constata a primeira pesquisa Datafolha sobre a disputa para a Prefeitura da capital.
Constatou-se que de acordo com a sondagem, apenas 25% dos entrevistados com renda familiar entre dois e cinco salários mínimos (R$ 1.244 a R$ 3.110) e 30% daqueles com renda entre cinco e dez mínimos (R$ 3.110 e R$ 6.220) dizem que tem “grande interesse” na eleição para prefeito. Quando questionados sobre a disputa para a Câmara de Vereadores, o índice cai para 18% e 22%, respectivamente, num claro desinteresse por um órgão legislativo, muito mais importante que o Executivo, em virtude da equivocada compreensão do processo político, e da importância daquele que se encontra em posição privilegiada e determinada para fiscalizar e denunciar desmandos. E não para praticá-los.
Ainda de acordo com o Datafolha, aqueles entrevistados com renda familiar acima de dez salários mínimos (R$ 6.220) são os que mais responderam ter “grande interesse” nas eleições para prefeito e vereador – 48% e 31%, respectivamente, porque para eles, o processo político é antes de tudo, a garantia de segurança jurídica, de busca de reformas que permitam uma sociedade mais justa sem ofensa ao Estado Democrático de Direito.
Para os mais pobres, aqui definidos como os entrevistados com renda familiar de até dois salários mínimos (R$ 1.244), os índices foram de 23% e 19% – esse último, superior ao da faixa mais próxima à classe C. Como o povo pode exercer seus direitos, como pode fazer valer estes direitos, como pode impor a seus representantes honestidade, respeito à Constituição e exigir do Estado o cumprimento de seu dever de segurança, educação, saúde e saneamento, se o eleitor não se interessa pelo processo político?
Voto Nulo e Voto em Branco são mecanismos utilizados espertamente pelos intelectualóides e honestóides blasés, para facilitar a permanência do status quo, para permitir que a arena política não se transforme realmente no espaço de debate consequente, de transformação da sociedade. Uma forma cruel de fazer aquele que precisa do Estado de desacreditar do processo de representação e, assim, permanecer alienado de seus direitos e de seus representantes. Aquilo que parece inteligente, na realidade é desonesto!
Não poderia ser diferente que na pesquisa Ratinho Jr. (PSC) levou vantagem entre os eleitores com renda familiar compatível com a classe C, posto que realmente o candidato que tem as cores mais populares de quantos se apresentam às eleições de Curitiba em 2012. Ele soma 29%, contra 24% de Gustavo Fruet (PDT), 23% de Luciano Ducci (PSB) e 9% de Rafael Greca (PMDB). Já na faixa entre cinco e dez salários mínimos, Fruet lidera com 27%, enquanto Ratinho e Ducci têm 23% cada e Greca, 12%, numa demonstração clara de clivagens existentes na sociedade curitibana, que torce o nariz para as opções populares. Curioso é perceber que o PT da capital resolveu se aliar ao candidato das elites intelectuais, e que o candidato popular cresce exatamente dentro de espaços onde deveríamos encontrar a atuação dos partidos populares.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sentir, Pensar, Expressar! A Intenet tornou possível a qualquer homem, a qualquer mulher, expressar tão livremente seu pensamento e seus sentimentos, quanto o são em realação ao seu existir! Eis o resultado!