Espaço de sentir e pensar de Laércio Lopes de Araujo

terça-feira, 29 de maio de 2012

Amor! Devoção!




Só posso amar quando tenho devoção...
Mas que direito dá-me o amor sobre o amado...
Direito de...
Olvidar...
De desejar...
De aspirar tua presença...


Devotar é esquecer...
O que quero,
O que sou,
Todo sofrimento,
Todo engano,
Toda exigência!

O amor é dação,
Mas dação pressupõe...
Um abundante ter,
Uma infinita capacidade de dar,
Um exigir nada para si,
Um fazer de si, outro.

Devoção é...
Nada para além do que sinto,
Nada para além do que creio,
Nada para além do que existe,
Nada para além do agora,
Nada para além do beijo,
Nada para além do toque no teu seio,
Nada para além do belo que vejo em ti,
Nada para além da maciez de teu corpo,
Nada para além da pele que sinto,
Nada para além da ânsia que sinto de ti,
Nada para além da morte que morro todos os dias.

Desespero-me com tua falta,
Mas basto-me no amor que te tenho!
Não ama quem acredita...
Não ama quem se assenhora...
Não ama quem escraviza!

Como amar é complicado!
Como ser devoto é mais difícil que respirar pela primeira vez!

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