Espaço de sentir e pensar de Laércio Lopes de Araujo

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Que venha a DRACMA!




Todos nós temos visto nos jornais, nos artigos, nos debates, nas colunas de opinião o sofrimento e a debacle da Grécia. Então, qual a surpresa na incapacidade dos partidos em formar um Governo?
Recentemente a Grécia foi às urnas e em meio a intenso sofrimento, crescerem os votos em partidos radicais à esquerda e à direita! Os partidos políticos gregos estão à altura dos desafios necessaries para a recuperação política, econômica, financeira e social da Grécia? Obviamente que não!
Os italianos já vivem uma intervenção branca por parte da Santa Aliança. Sim, porque em 1815 Talleyrand e Metternich construiram uma Europa que só poderia ser monárquica, aristocrática, burguesa e cristã, convenção esta que, concertada em Viena em 1815, prevaleceu até o advento da vertiginosa evolução técnica e política que se abateu sobre a história a partir de 1870.
Mário Monti, ex-vice presidente do Banco Central Europeu é o primeiro-ministro da Itália, mas qual o seu partido? Sim, é o Banco Central Europeu. Este é o partido que formouo governo italiano. Porém, a Grécia não só não é tão importante quanto a Itália, nem quanto ao tamanho da Economia, nem quanto à importância Política de seu Estado.
Daí que o partido governante da União Européia não indicou um primeiro-ministro para lá formar governo, e assim, os pobres gregos deverão fazê-lo.
Mas como o farão se:
a)  houve redução de salarios?
b)  houve redução de pensões e aposentadorias?
c)   houve demissões de servidores públicos?
d)  houve quebra de contratos sem indenização?
e)  houve completa ofensa às bases do ordenamento jurídico e da segurança juridical?
Quando a credibilidade de um Estado é quebrada para o exterior, como é o caso da Argentina, Venezuela e Bolívia com suas grotescas e absolutamente desinteligentes nacionalizações, o resultado é tornar o Estado um pária na comunidade internacional, tornando-lhe a vida financeira e econômica muito difícil.
Quando a credibilidade de um Estado é quebrada para o interior, ou seja, com seus cidadãos, estamos próximos do caos e da Guerra civil!
Eu também seria favorável aos partidos que apóiam os cortes negociados com a União Européia, porque tais cortes só amplificam o sofrimento da sociedade grega. Quem em sã consciência ainda não sabe que a Grécia tem de se retirar da zona do Euro? Quem em sã consciência ainda defende que a Dracma não pode voltar a circular?

É inadmissível que estejamos vendo o sofrimento de todo um país, de toda uma população, sem que o esforço exigido minimamente signifique qualquer mitigação do sofrimento e desesperança que vivem!
Ah! Alegarão: a culpa é dos gregos, gastaram demais, criaram muitos direitos sociais, elevaram desordenadamente o endividamento, incharam o PIB! Ora, mas não foi isso que lhes prometeram quando entraram para a União Européia? Ou foi só para cooptar a Grécia que saindo da ditadura militar dos anos 60 e 70, corria o risco de bandear-se para o campo da extinta URSS?
A Grécia já deveria ter deixado a zona do Euro, a “saída ordenada” preconizada pela diretora-gerente do FMI, Chrisitine Lagarde já vem tarde. Por óbvio, os líderes europeus não desejam tal, posto que esta saída necessariamente contaminará outras economias, como as de Portugal e eventualmente Espanha, Holanda, Bélgica, e também Espanha! Mas o preço imposto aos gregos não é justo!
Como tenho dito sempre, deviamos era todos nos no mundo ocidental, todos os trabalhadores, estar reunindo cem ou mil dólares cada um e enviando para a Grécia, porque se a moda pega de cortar todos os direitos trabalhistas, reduzir salários, demitir servidores estáveis, reduzir pensões e aposentadorias, ao arrepio de todo o ordenamento jurídico e com as bençãos do andar de cima, o que é que vai restar o Estado de Bem Estar Social?
O problema da Grécia, não é só da Grécia! Tudo que lá aconteceu, e que se lhe tem exigido é uma espada de Dâmocles sobre nossas cabeças! A frase de Marx nunca fez tanto sentido: Proletários de todo o mundo, uní-vos!
Sim, todos nós que vivemos da fadiga do trabalho, seja mental, seja físico, deveríamos estar de mãos dadas com nossos irmãos gregos, porque amanhã não estaremos falando em efeito Orloff, Tequila, Tango, mas sim, estaremos vivendo a Crônica de Uma Morte Anunciada! A morte mais que anunciada de todos os direitos sociais, de toda a segurança jurídica e por fim da democracia!
E se a Grécia for às urnas de novo em junho de 2012, e o impasse persistir, ou vencer as forças contrárias ao pacote imposto pela União Européia, quem aí acredita que a crise estará resolvida?
Para que continue havendo a esperança da democracia! Para que continuemos a sonhar com segurança juridical, brademos todos:
QUE VENHA A DRACMA!

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